Os deputados estaduais receberam, no início da sessão plenária desta segunda-feira (8) da Assembleia Legislativa do Paraná, um documento com as principais reivindicações, agenda legislativa e diretrizes para a classe trabalhadora paranaense e brasileira, assinado por entidades como a Central Sindical e Popular (CSP CONLUTAS/PR); Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Paraná (CTB/PR); Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT/PR); Força Sindical/PR; Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST/PR); Pública Central Sindical do Servidor/PR e União Geral dos Trabalhadores (UGT/PR). O economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PR), Sandro Silva, usou o horário do Grande Expediente da Assembleia Legislativa para detalhar o conteúdo do documento, elaborado em conjunto na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, realizada em abril. “Nossa pauta trata de uma série de propostas, que vão da geração de emprego de qualidade, aumento dos salários, proteção dos direitos trabalhistas, até a proteção social e previdenciária dos trabalhadores”, ressaltou o economista. “Estamos diante de uma crise que é mais latente na questão econômica, mas que tem reflexos no sistema político, e em questões sociais, sanitárias, ambientais e culturais”, acrescentou.
Sandro Silva lembrou que o documento, dividido em dois temas, foi elaborado em nível nacional pelas Centrais Sindicais. Um deles é a pauta da classe trabalhadora e um segundo, diz respeito a agenda legislativa das entidades. “Precisamos mudar a trajetória de desenvolvimento do Brasil, onde observamos a volta da política neoliberal, com redução do tamanho do Estado a partir das reformas que atacaram os direitos dos trabalhadores e, mesmo assim, isso não resolveu o problema fiscal do país e não trouxe crescimento econômico. Ao contrário, houve aumento da dívida interna brasileira, aumento da pobreza, da desigualdade social, da insegurança alimentar e a volta da inflação alta. Sem ter gerado empregos de qualidade. Tanto que houve alta na informalidade”, afirmou Sandro Silva.
A pauta apresentada na Casa de leis conta com 63 propostas divididas em eixos como desenvolvimento sustentável, geração de emprego e renda de qualidade e políticas públicas. Para isso, as centrais traçaram diretrizes como defesa e fortalecimento da democracia; geração de emprego de qualidade com políticas que reduzam a desigualdade no mercado de trabalho; promover melhoria das cadeias produtivas de valor; desenvolvimento dos pequenos negócios, do cooperativismo e da economia solidária, preservação do meio ambiente com transição justa para os trabalhadores em comunidades afetadas; universalizar as políticas de educação e formação profissional com qualidade; o desenvolvimento regional, em função das desigualdades regionais; inovação e modernização tecnológica e política externa soberana integrada à América Latina.
A partir daí, afirmam as Centrais Sindicais, o objetivo seria priorizar a instituição de uma política de valorização do salário mínimo; e não apenas a reposição da inflação, como tem acontecido desde 2019; estabelecer um programa de renda básica, integrado às políticas sociais; erradicar a fome, garantir a segurança alimentar; fortalecer a agricultura familiar; manter e aprimorar as ações de combate à pandemia de covid-19 e as consequências sanitárias e econômicas para a população mais pobre e suspender a política de paridade da Petrobras aos preços internacionais.
O grupo também atualizou a Agenda Legislativa, que consiste em acompanhar e dialogar com os deputados federais e senadores. “Acompanhamos mais de 120 propostas em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado, e pudemos notar que boa parte delas são contrárias ao que querem os trabalhadores. Isso em todas as áreas. Apenas 14% delas são favoráveis. E isso é preocupante”, ressaltou.
Sandro Silva também destacou que o grupo atua em defesa da democracia. Tanto que na próxima quarta-feira (10), as Centrais Sindicais lançam uma campanha pela Paz na Política em uma live. “Consideramos a campanha e todas as demonstrações públicas em defesa do regime democrático muito importantes para minimizar e evitar a violência política em todas as esferas”, concluiu.