Os efeitos da tecnologia no desenvolvimento de crianças e adolescentes e as consequências nas relações sociais foram o foco do debate durante a 3º Audiência Pública sobre Tecnologia e Dignidade Humana – Saúde Física e Mental. O evento foi promovido pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná, que busca o apoio de profissionais especializados para a definição de ações efetivas de conscientização para o uso da tecnologia de maneira adequada e saudável.
No mundo conectado em que vivemos é praticamente impossível imaginar o dia a dia sem recursos como celulares, internet e computadores. Pesquisa apresentada pela psicóloga Vera Carvalho revelou que jovens entre 18 e 34 anos de idade passam de três a quatro horas por dia conectados. Entre as crianças de seis a nove anos de idade, 62% delas estão ligadas no mundo digital, 15% usam mensagens instantâneas e 54% estão ativas na principal rede social. Já entre três e cinco anos de idade, 76% das crianças participam de jogos online, 42% sabem usar um smartphone, mas somente 15% delas sabem nadar.
Os especialistas compartilharam a opinião de que a tecnologia é fundamental e resultou em muitos benefícios para a sociedade, como o fácil acesso a informação e a conexão constante entre as pessoas. No entanto, a falta de equilíbrio na utilização de todos os recursos disponíveis é que tem comprometido de maneira física e mental a saúde de jovens e adultos.
Para o médico ginecologista e obstetra, José Jacyr Leal Junior, os efeitos negativos começam muito antes do que se pode imaginar. Já durante a amamentação o uso excessivo de celulares e tablets tem comprometido um dos vínculos mais importantes para o desenvolvimento neurológico dos bebês.
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Segundo presidente da comissão, deputado Hussein Bakri (PSD), o assunto precisa também chegar às escolas paranaenses para que a tecnologia seja uma aliada do processo educacional e não uma concorrente dos métodos de ensino utilizados em sala de aula.
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O 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Guto Silva (PSD), ressaltou que é preciso orientar pais, adolescentes e crianças sobre a forma correta de utilizar a tecnologia.
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Entre as sugestões apresentadas está a elaboração de um material educativo sobre o tema para ser distribuído em todo o estado e a capacitação de profissionais da educação para orientarem alunos e pais. Um grupo de trabalho coordenado pela deputada Maria Victoria (PP), vice-presidente da Comissão de Educação, foi criado para encaminhar as propostas feitas durante a audiência pública.
Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Kharina Guimarães.