Máfia dos remédios: organização criminosa a ser investigada ou cortina de fumaça criada pelo governo para justificar incompetência no fornecimento de remédios para pessoas carentes? Esta passou a ser a grande dúvida do presidente da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa, deputado Ney Leprevost.Ocorre que nesta quarta-feira a advogada Ivone Terezinha Ranzolin, campeã de liminares obtidas para compra de remédios em todo o Paraná, prestou depoimento na comissão e, na opinião dos parlamentares, foi convincente. O próprio deputado Reinhold Stephanes Junior, membro da Comissão de Saúde, fez questão de prestar um depoimento atestando a idoneidade da advogada e confirmando que ela disse a verdade ao relatar que trabalha para a Associação Paranaense de Portadores de Doenças Reumáticas, e por isso ingressou com ações para a compra de um mesmo remédio em diversos municípios do Paraná. "Conheço a advogada, sei da sua idoneidade e, inclusive, ajudei a fundar esta associação", disse Stephanes.Diante do depoimento que foi favorável a advogada, o deputado Ney Leprevost decidiu oficiar a Procuradoria Geral do Estado para que envie com urgência todos os documentos que embasaram a afirmação do governador Roberto Requião de que laboratórios, médicos e advogados estariam envolvidos em uma máfia para forçar o Estado a adquirir medicamentos. "Os documentos que obtivemos até agora, de estranho, só tinham a questão relacionada a esta advogada. Porém, salvo um equívoco muito grande, nos primeiros dez minutos de depoimento me convenci de que ela não é uma mafiosa. Agora queremos saber quem são os integrantes desta máfia. Estou ansioso aguardando que a procuradoria nos envie os documentos que possui",afirma Ney.O deputado também aguarda resposta de um ofício que enviou ao governador, através da Casa Civil, na semana passada, onde pede que o mesmo nomine os laboratórios, os médicos e os advogados que integrariam esta máfia.