O deputado estadual Fernando Carli Filho (PSB) afirmou na noite desta terça-feira (13), após a sessão da Assembléia Legislativa, que a substituição do deputado Mauro Moraes (PMDB) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é uma prova de que as ações do governo do Estado não têm consenso entre os próprios parlamentares da base aliada. O centro da discórdia no PMDB foi a proposta de Mauro Moraes propondo reajuste de 24% para o funcionalismo, contrariando o projeto do governo que fixa o aumento em 5%. Na opinião de Fernando Carli Filho, se o governo tomasse a iniciativa de conceder 15%, por livre arbítrio, estaria agindo de forma coerente, já que este percentual foi o mesmo aplicado ao reajuste do novo salário mínimo regional. Segundo o deputado pessebista, “os governantes foram totalmente incoerentes e insensíveis”, pois, conforme ele acrescentou, “o governo não aplicou para si o aumento que ele jogou para os empresários paranaenses pagarem”.Em declarações anteriores, Fernando Carli Filho foi taxativo quanto a sua decisão pessoal de apoiar o reajuste mínimo de 15%, lembrando que o governo já declarou o aumento da receita estadual. “Não podemos ser irresponsáveis, querendo que o erário arque com um ônus sem capacidade para tal. Mas, a julgar pelo que anuncia o Tesouro, há lastro de caixa para dar suporte a um salário mais digno para o funcionalismo” – observou.Para o parlamentar, a maior demonstração de que o governo está sendo “relapso” nesse assunto, é a saída de Mauro Moraes da CCJ e a proposição deste deputado governista de conceder um índice favorável aos servidores públicos. “É um episódio contraditório para o governo, e com uma razão muito clara de ser: a proposta governista é ridícula por todos os fatores, por não atender às necessidades dos servidores estaduais e por não se enquadrar no mesmo patamar do aumento do piso regional, que é uma conta a ser paga pela sociedade e não pelo governo” – disparou Fernando Carli Filho.