04/07/2008 11h27 | por Assessoria de Comunicação / 41 3350-4088 / www.cheida.com.br
A Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, em parceria com o Conselho Regional de Medicina (CRM) e a Federação da Unimed do Estado do Paraná promoveu, nesta quarta-feira (02) médicos, estudantes e profissionais do setor o I Ciclo de Palestras sobre Saúde e Meio Ambiente, que ocorreu simultaneamente em Curitiba e Maringá, por vídeo conferência. O deputado Luiz Eduardo Cheida, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia foi o propositor do debate.A Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, em parceria com o Conselho Regional de Medicina (CRM) e a Federação da Unimed do Estado do Paraná promoveu, nesta quarta-feira (02) médicos, estudantes e profissionais do setor o I Ciclo de Palestras sobre Saúde e Meio Ambiente, que ocorreu simultaneamente em Curitiba e Maringá, por vídeo conferência. O deputado Luiz Eduardo Cheida, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia e propositor do debate, explicou que o evento foi fruto de reuniões internas da comissão, na tentativa de articular e alertar a sociedade e as instituições para a importância do monitoramento das doenças decorrentes da degradação ambiental. No Dia Mundial da Saúde (07 de abril) a Comissão promoveu a I audiência pública para debater o tema.“Articulamos uma discussão entre poder legislativo, sociedade e governo com seus técnicos e especialistas para discutir as doenças que começam a ressurgir no Paraná com bastante força, provavelmente em função das mudanças ambientais que estamos tendo. Todas as soluções apontadas serão trabalhadas”, informou Cheida. Para ele, as mudanças climáticas ainda estão passando despercebidas pela população e as causas são evidentes. “Culminamos em um evento como esse, extremamente importante para subsidiar a Assembléia na construção da legislação ambiental e ampliar o debate com os profissionais da saúde”, disse Cheida.Palestras - A situação ambiental e suas conseqüências para a saúde pública, como a incidência, o aumento de doenças e elaboração de políticas ambientais eficientes foram alguns dos problemas levantados pelas entidades. O palestrante, Paulo Hilário Nascimento Saldiva, que é doutor em Patologia Pulmonar e PhD em Climatologia falou sobre "Poluição e Saúde Humana", enfatizando a importância dos profissionais de saúde investirem em pesquisas na área ambiental."A política ambiental existente está voltada para a preservação das florestas e não há investimento na melhoria das cidades. No Brasil, o padrão de qualidade do ar vigente é o preconizado em 2004 pela Organização Mundial de Saúde", afirma. O pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) apresentou informações atualizadas que apontam a discrepância entre saúde e meio ambiente. "É como uma fratura que não calcifica. Rompeu. Os riscos decorrentes do impacto ambiental à saúde da população são muito grandes", explica. Mudanças Climáticas - De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPPC), os seres humanos são responsáveis por 90% das emissões que causam o aumento da temperatura na Terra. Saldiva, que é doutor em patologia, PhD em climatologia e professor titular de patologia pulmonar na USP, apresentou estudos mundiais comprovando que a redução da poluição atmosférica aumentaria a expectativa de vida da população. Na mesma linha seguiu o pensamento do Prof. Dr. Francisco de Assis Mendonça, pesquisador e professor titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que abordou em sua palestra “Mudanças Climáticas e Doenças no Paraná". Francisco mostrou gráficos sobre a evolução térmica e pluviométrica do Estado do Paraná, desde 1975, comprovando a ocorrência de surtos de dengue em períodos onde houve aumentos de temperatura. “A intensificação das doenças e do aquecimento global influencia na proliferação de várias doenças que dependem das mudanças climáticas como, por exemplo, a febre amarela, dengue e malária. Ou seja, se sabemos que o planeta vai aquecer, significa que as áreas onde estas doenças acontecem irão expandir”, alertou Francisco. Em relação ao Paraná, o especialista destacou as epidemias ocorridas em Londrina (2003) e Maringá (2007). “Nas duas epidemias constatamos a ocorrência de condições climáticas atípicas, que permitiram a explosão da dengue, aliado a condições sociais, obviamente”, relatou. Segundo ele, as regiões Norte e Noroeste do Estado, são as que mais têm sofrido as consequências do aumento da temperatura – em torno de 1º celsiu, desde 1975.“Os climas sempre mudaram e os homens se adaptam as mudanças climáticas. Agora, caso as autoridades não estejam atentas a isso, as consequências podem ser maiores”, afirmou Francisco destacando que, a maior possibilidade de proliferação de doenças tropicais está em cidades ou lugares onde as pessoas terão seus ambientes modificados pela elevação do nível do mar, construção de habitações ou distorções ambientais.Neutralização de carbono -O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná, Gerson Zafalon Martins, anunciou que todo o carbono gerado para a realização do evento será neutralizado com o plantio de árevores nativas. Para a realização da palestra do Ciclo foram gastos 800 watts/hora de som, 30.000 watts/hora de energia elétrica e 634.788 watts/hora de ar condicionado, incluindo ainda as emissões de avião e automóveis utilizados no transporte dos palestrantes. A metodologia utilizada para contabilizar a emissão de CO2 oriundos de energia elétrica é da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Também esteve presente o coordenador de Marketing e Comunicação da Federação Unimed do Estado do Paraná, Rafael Ramagem, representou o presidente da Federação Unimed, Dr. Orestes Barrozo Medeiros Pullin. Outras autoridades marcaram presença, como o representante da Secretaria Estadual de Saúde, José Luiz Nishihara Pinto; presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia, José Carlos Moura Jorge; e o representante da Associação Nacional dos Médicos Peritos do INSS e Sindicato dos Médicos do Estado do Paraná, Chil Koerper Zurnstern.