A situação de abandono do Instituto Médico Legal de Ponta Grossa, que foi motivo do primeiro requerimento do deputado Marcelo Rangel, na atual legislatura voltou a ser tema desta segunda-feira (24), de vários parlamentares na Assembléia Legislativa. Fazendo aparte num pronunciamento do deputado ponta-grossense Jocelito Canto, Rangel reforçou as denúncias sobre a situação vivida por uma família nos últimos dias, que demorou 72 horas para liberar o corpo de uma pessoa que foi atropelada numa rodovia do Paraná. O corpo foi deslocado de Telêmaco Borba, Ponta Grossa e Curitiba e depois de uma “viagem” de mais de 500 km é que acabou sendo entregue aos familiares para sepultamento.“É uma vergonha”, criticou Marcelo Rangel, fazendo coro com Jocelito sobre a situação do IML de Ponta Grossa “que já foi motivo de dezenas de pronunciamentos de minha autoria e outros tantos requerimentos apresentados ao longo do mandato de deputado”. Rangel disse que vai visitar novamente o IML de Ponta Grossa e pretende ir ao IML de Curitiba, que passa por uma situação atípica, onde ao invés de técnicos para administrar o setor, policiais militares é que estão lotados no atendimento. Dá as costasDurante o horário da liderança, Rangel voltou a afirmar que os deputados estão sendo desrespeitados pelo governo que não aprova emendas, não transforma projetos aprovados pelo legislativo em lei e nem sequer atende aos pedidos mais simples sobre gastos públicos, o que é uma prerrogativa do Legislativo na sua função de fiscalizador do Executivo.Frisou novamente que o secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari só escuta as ordens do governador Roberto Requião e mesmo tendo prometido perante os deputados providências a várias questões de segurança, em audiência pública na Assembléia, continua de braços cruzados, sem dar a menor satisfação ao Legislativo.Aproveitou o momento para alertar sobre a situação de vários centros sócio-educativos mantidos pelo governo, onde estão convivendo infratores com menos de dezoito anos. “Em Ponta Grossa, no Centro Sócio Educativo estão lotados meninos que têm que conviver com delinqüentes do PCC, de alta periculosidade. Neste local não funcionam portas automáticas, câmeras de vídeo e estrutura já está comprometida, mesmo tendo sido inaugurada há menos de um ano. Ali os técnicos trabalham acuados, com medo de uma tragédia que se avizinha”.Lembrou também que em Curitiba o Educandário São Francisco já é conhecido como a Casa da Morte e que deve se tornar notícia de caráter nacional a qualquer momento, pois vive um clima de panela de pressão, com clima de extrema insegurança.“Mesmo diante de tantos alertas e de grande empenho dos deputados, o momento é de intranqüilidade e de pouca ação do Governo”, criticou Rangel.ProfessoresTambém nesta segunda-feira pela manhã o deputado Rangel participou, na Assembléia, de uma audiência pública com os professores e alistou-se na Frente Parlamentar em Defesa do Piso Salarial Profissional Nacional. Ele destacou a importância desta intervenção parlamentar em todo o Brasil e disse que no Paraná a situação é especial porque o governador Roberto Requião foi um dos signatários da Ação Direta de Inconstitucionalidade – Adin nº 4167, que questiona a constitucionalidade da Lei 11.738/08, sancionada em julho pelo presidente Lula.“Precisamos conscientizar o governo de que houve um erro e que é preciso retirar a assinatura do Paraná neste documento”. Rangel avaliou que Requião foi muito infeliz, “porque ele não pensa como nós, que esta é uma conquista histórica e até mesmo porque grande parte dos professores paranaenses já recebe acima do valor proposto por Lula, que é de R$ 950”.Rangel ratificou o seu pronunciamento da semana passada quando destacou a importância do piso salarial e da Frente Parlamentar instituída ontem na Assembléia.