O deputado Mauro Moraes quer saber como anda a parceria entre o Ministério Público do Paraná e o governo do Estado para esvaziar as cadeias. Em meados do mês de março, durante reunião da Operação Mãos Limpas, o órgão apresentou proposta ao governador Roberto Requião (PMDB) para criar um convênio com as secretarias da Justiça e da Segurança Pública. O MP também pediu ao governo um relatório da situação jurídica dos presos que cumprem pena em delegacias em todo o estado. A preocupação partiu do procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, que pretende apurar a informação de que mais da metade dos presos que estão acomodados em delegacias, embora tenham direito a regimes diferenciados, como o livramento condicional e, em alguns casos, a extinção da pena por terem cumprido o tempo de prisão determinado pela Justiça, permanecem ocupando vaga em unidades prisionais. "É preciso saber o que está sendo feito de fato para reduzir a superlotação em presídios", questionou Moraes, presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa. Na avaliação do parlamentar, a revisão da situação jurídica de alguns presidiários pode servir como medida paliativa, mas não pode substituir a discussão em torno da necessidade de construção de unidades prisionais, entre outras medidas que garantam a segurança da população.