Um grupo de representantes de sindicatos de caminhoneiros e de empresas de transportes de cargas de Ponta Grossa e da Região dos Campos Gerais esteve na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, dia 29, em sinal de protesto contra a cobrança da tarifa de pedágio dos eixos suspensos dos caminhões que trafegam nas rodovias paranaenses. O tema foi discutido em plenário pelo deputado Péricles de Mello (PT), que defendeu aprovação de Projeto de Lei, em trâmite na Casa, prevendo a isenção total do pagamento de taxas dos eixos suspensos de caminhões que passam pelas praças do Paraná. Péricles é parceiro na autoria do projeto de iniciativa do deputado Marcelo Rangel, com apoio do deputado Douglas Fabrício, ambos do PPS. “A ideia desse projeto surgiu em Ponta Grossa durante reunião convocada pelo sindicato do setor”, lembrou Péricles. “Se o caminhão está vazio e tem o eixo suspenso não há motivo que justifique a cobrança da tarifa desses eixos”, afirmou o deputado. As concessionárias estão fazendo a cobrança do eixo suspenso desde a última sexta-feira. Péricles defendeu também a redução das tarifas. “Hoje temos um elemento concreto de comparação com o pedágio do governo federal. Uma viagem de Curitiba a Joinville, gasta-se cerca de R$ 2,20, enquanto de Curitiba a Ponta Grossa, o valor é praticamente seis vezes maior, chegando a R$ 13”, comparou o deputado. Péricles fez um apelo para que junto com o projeto que termina com a cobrança dos eixos suspensos, que também seja colocado em votação pela Mesa Executiva outro projeto de autoria dele que obriga as concessionárias a instalarem sensores eletrônicos para a contagem diária do tráfego em cada rodovia pedagiada, conectados online ao Departamento de Estradas e Rodagem (DER) do Estado. “Dessa forma será possível saber exatamente quantos veículos passam pelas praças de pedágio, pois, atualmente, há uma falta de transparência sobre esses dados”, declarou Péricles em plenário. O deputado demonstrou que indicadores revelam um incremento no número de veículos no Paraná entre 1999 e 2005. No acumulado de todas as praças, o tráfego realizado nesse período teve um aumento de 4,54%, índice bem abaixo do previsto, que era de 28,46%. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), na mesma época houve um aumento de 57% no parque circulante de veículos emplacados no Paraná. “Com projetos dessa natureza podemos ter um pedágio justo, com um controle social que permita uma taxa de lucro equilibrada, dentro da normalidade”, defendeu Péricles. Segundo Péricles, se for aprovado, o projeto do pedágio online dará mais transparência para o consumidor e uma fiscalização mais apurada pelo poder público do fluxo de veículos que cruzam as rodovias estaduais. O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Ponta Grossa (Sindiponta), Edinho Moro, que acompanhou a sessão plenária na Assembleia, disse que vai buscar o apoio de outros sindicatos paranaenses que representam a categoria para fortalecer o debate em todo o Estado. Também compareceram na Assembleia, Nivaldo Amaral, presidente da Cooperativa de Transportes Rodoviários de Bens Nacionais e Internacionais dos Campos Gerais (Cotranspon) e representantes da Associação dos Caminhoneiros dos Campos Gerais.