Deputados da Comissão de Saúde debatem com especialistas a "Pílula do Câncer"

24/11/2015 14h04 | por Claudia Ribeiro
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Enquanto o Ministério da Saúde cria um grupo de trabalho para fazer testes de laboratório e pesquisas sobre a eficácia da substância Fosfoetanolamina Sintética, ou simplesmente “Pílula do Câncer”,  os deputados que integram a Comissão de Saúde da Assembleia fizeram,  na manhã desta terça (24) uma audiência pública com a presença de técnicos da Secretaria da Saúde e médicos oncologistas que pertencem ao Conselho Regional de Medicina,  para conhecer o tema mais de perto e tentar esclarecer à população paranaense as dúvidas sobre o assunto.

  A substância, teria sido descoberta há 20 anos, mas artigos, fruto de pesquisas e de  testes in vitro e com animais de laboratório, foram publicados em revistas científicas recentemente, entre 2011 e 2013.

   A substância, desenvolvida a partir de uma molécula que o próprio organismo produz,   foi  criada e patenteada por um químico da USP de São Carlos, no interior de São Paulo. Há relatos de respostas positivas em tratamentos de pacientes com câncer que teriam usado o produto,  em alguns casos, depois de recorrerem á justiça, já que ele  não tem registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e por isso não pode ser nem industrializado nem comercializado.  A própria Anvisa alega que nunca houve pedido de registro para a substância.

  Um dos deputados da Comissão, Nélson Luersen (PDT)  questionou essas decisões judiciais, uma delas inclusive do  próprio  Supremo Tribunal Federal, que autorizou o uso da substância para um paciente. A explicação do representante jurídico da Secretaria da Saúde, Carlos Lorga, é  que a decisão não  se baseou no aspecto  médico, sobre eficácia e segurança do produto, mas sim, no jurídico.

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Mas afinal, a pílula do câncer é eficaz? Ela pode provocar   efeitos colaterais? Quais? Pra qual tipo de câncer ela serviria? Estas foram algumas das perguntas dos deputados Nereu Moura (PMDB), que propôs a discussão, Chico Brasileiro (PSD), Guto Silva (PSC), Márcio Pacheco (PPL), Alexandre Guimarães (PSC), Evandro Araújo (PSC), Tercílio Turini (PPS) e Dr. Batista (PMN), que é o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia. Ele diz que os integrantes da Comissão  vão   acompanhar as pesquisas do MS e também pretendem ouvir entidades que estariam utilizando a substância, e mais  autoridades no assunto.

 (Sonora)

A chefe do Departamento de Assistência Farmacêutica da Secretaria da Saúde, Dayse Sprada Pontarolli, afirma que não é possível fazer nada enquanto a eficácia  da pílula do Câncer não for comprovada.  Mas ela  acredita  que o  clamor da  população foi atendido pelo   Ministério da Saúde  ao estudar a pílula,  reunindo pesquisas do Inca (Instituto Nacional do Câncer)  e da Fiocruz para fabricar lotes experimentais do produto para testes. Ela diz que é importante o Legislativo entrar na discussão para que a população seja esclarecida.

(Sonora)   

O médico Oncologista José Clemente Linhares, diz que é impossível o médico prescrever um medicamento sem a autorização da Anvisa. Que isso feriria o Código de Ética Médica. Torce para uma comprovação científica da eficácia da pílula, mas destaca  que  é preciso  ter o cuidado de não vender uma falsa esperança aos pacientes.

(Sonora)

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