Para Editoria de PolíticaDistribuído em 05/06/07Jornalista: Flávia PrazeresO Dia Mundial do Meio Ambiente teve início na Assembléia com a realização da Audiência Pública “Valor Social Econômico e a Segurança para o Segmento da Reciclagem”, proposta pelo deputado Ney Leprevost (PP). O evento contou com a presença do presidente da Associação Brasileira dos Recicladores (RECBRAS), Francisco Stahlchimidt Júnior e de seus associados. O encontro teve como mote a regulamentação da atividade, tratada no Decreto Lei 14.647, assim como assuntos de relevante valor social e econômico para o segmento da reciclagem. Na oportunidade, membros do RECBRAS propuseram algumas modificações à legislação vigente, entre elas, o fim da obrigatoriedade do cadastro de pessoas físicas e jurídicas que vendem materiais para revenda como fios, arames, tubos, metais, entre outros. De acordo com Leprevost, essa lei possui alguns equívocos, de certa maneira até prejudiciais para grandes colaboradores da reciclagem, que devem ser corrigidos. O parlamentar já adiantou que poderá apresentar um substituto para a correção desse dispositivo.“A reciclagem além de ter grande alcance social, uma vez que gera renda pela comercialização dos recicláveis e empregos, também é de suma importância na questão da conservação ambiental, pois melhora a limpeza da cidade, assim como aprimora o senso de conscientização dos cidadãos”, ressaltou.O presidente da RECBRAS, Francisco Stahlschimdt Junior, destacou em seu pronunciamento que mais de 500 mil pessoas vivem da reciclagem no Brasil, e dessas 15 mil estão localizadas em Curitiba. "Curitiba é referência internacional em ecologia, e em especial, pelo nosso sistema de reciclagem. Não há dúvidas que a solução nesse setor é produzir cada vez menos lixo e reciclar cada vez mais", afirmou.Na seqüência, a representante da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Marilze Dias, abordou os principais programas que envolvem a reciclagem no município de Curitiba, entre eles, o “Câmbio Verde”, que troca recicláveis por alimentos; o “Reciclagem”, que melhora as condições de trabalho dos coletadores e o conhecido “Lixo que não é Lixo”, que incentiva a população a separar o lixo reciclável em suas casas.Durante o evento, os profissionais da reciclagem também falaram sobre a importância da atividade e dos benefícios gerados ao meio ambiente, como o reaproveitamento de materiais que caso fossem dispensados em locais impróprios levariam anos para sua deterioração. É o caso da garrafa plástica ou do vidro que pode levar um milhão de anos para decompor-se ou da lata de alumínio, que tem um tempo de deterioração de 80 a 100 anos. Porém todo esse material pode ser reaproveitado, transformando-se em novos produtos ou matéria prima, sem perder as propriedades, conforme explicou os recicladores. Para finalizar, os participantes do encontro redigiram a “Carta de Curitiba”, que tem por finalidade a abordagem dos temas tratados na Audiência Pública, tais como, a determinação do uso do termo reciclador para denominar todos aqueles que participam do processo da reciclagem, o reconhecimento da importância da reciclagem em todo território brasileiro, a criação do Dia Estadual do Reciclador e o estudo dos tributos aplicáveis ao segmento, com a apresentação de alternativas que possam reverter em redução, isenção ou compensação ao setor.Também participaram do evento, os deputados Osmar Bertoldi (Democratas), Rosane Ferreira (PV) e Reinhold Stephanes Junior (PMDB); o presidente da Associação das Empresas de Reciclagem do Estado de Goiás, Carlos Antônio Parreira; o presidente da Associação de Pró Metais do Rio Grande do Sul, Walter Ignácio; o engenheiro especialista em Gestão Urbana e auditor Ambiental, Nelson Macedo Corrêa Junior; o engenheiro ambiental da empresa Reciclom, Otávio Malucelli; o advogado da RECBRAS, Dr. Mauricio Arruda; o contador de RECBRAS, Gerson Luiz Lamb e o delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (COP), Miguel Stadler.HOMENAGEM - Na ocasião, o presidente da RECBRAS, Francisco Stahlschmidt Junior, entregou título de sócio benemérito da Associação para os deputados Ney Leprevost, Osmar Bertoldi e Stephanes Junior, para o presidente da Associação das Empresas de Reciclagem do Estado de Goiás, Carlos Antônio Parreira; para o presidente da Associação de Pró Metais do ó Metais do Rio Grande do Sul, Walter Ignácio; para o advogado da RECBRAS, Dr. Mauricio Arruda; e para o presidente do Instituto Lixo e Cidadania, Waldomiro Ferreira da Luz.RECICLAGEM – O termo reciclagem surgiu na década de 1970, quando foram identificadas as primeiras preocupações com a questão ambiental, inclusive na época houve o primeiro choque do petróleo. E a partir daí a reciclagem ganhou importância estratégica. Hoje, a prática ganha destaque com a crescente quantidade de lixo produzida diariamente por um ser humano, algo em torno de 5 Kg. Já a produção mundial é ainda mais assustadora, apenas no Brasil são produzidas 240 mil toneladas de lixo por dia. Nos países desenvolvidos como a França e Alemanha, a iniciativa privada é encarregada do lixo. Fabricantes de embalagens são considerados responsáveis pelo destino do lixo e o consumidor também tem que fazer sua parte. Por exemplo, quando uma pessoa vai comprar uma pilha nova, é preciso entregar a usada. MATERIAIS – Dentre os materiais recicláveis podemos citar o papel e seus derivados tais como jornais, revistas, formulários contínuos, folhas de escritório, caixas e papelão. Conheça outros exemplos de materiais recicláveis: Vidros: garrafas, copos, recipientes; Metal: latas de aço e de alumínio, clipes, grampos de papel e de cabelo, papel alumínio; Plástico: garrafas de refrigerantes e água, copos, canos, embalagens de material de limpeza e de alimentos e sacos. Na separação do lixo no ambiente doméstico, as pessoas devem tomar cuidado com os materiais, com a escolha de um local adequado para o armazenamento até o ato da coleta dos produtos recicláveis. Antes de guardá-los, os recipientes devem ser limpos e secos naturalmente.