Íntegra do discurso do deputado Luiz Cláudio Romanelli na convenção do PMDB de Curitiba no dia 25 de novembro de 2007 Bom dia a todos companheiros e companheiras do PMDB. Seguramente o companheiro Doático Santos me impõe uma situação. De falar de uma pessoa que todos nós conhecemos. Eu há mais de 27 anos convivo com o Requião e como todos os companheiros aqui, alguns há mais tempo do que eu, mas nós conhecemos profundamente o Requião. Foi me passada essa obrigação por conta que certamente necessitava ser um militante que começou a fazer política não por ser filho de alguém ou parente de alguém importante, que não estava na política. Eu comecei a fazer política porque não acreditava como era possível um país como o nosso não ter liberdade e ser tão injusto tão desigual. Conheci o Requião ainda como advogado das associações de moradores que iniciavam a sua constituição e organização para poder buscar e reivindicar as melhorias, principalmente para aquela população excluída da cidade, que era expulsa da prefeitura pelo grupo do Jaime Lerner, apesar de estar reivindicando aquilo que legitimamente o povo precisava. Era esse Requião que lutou no Comitê Brasileiro pela Anistia. É esse Requião que na transição, da extinção do MDB quando a ditadura já não suportava mais, mudou o nome do seu partido de Arena e resolveu extinguir o MDB para desarticular a oposição. E foi a constituição do PMDB, fundamental por que o Requião aí sim, no novo partido, que nascia, conseguia articular organicamente o movimento popular da nossa cidade e da região metropolitana. Foi uma luta muito dura a sua primeira eleição para deputado estadual. Ele foi eleito apenas por Curitiba mais de 33 mil votos. Na primeira eleição de deputado estadual, veio um grande movimento, os das Diretas Já. Sem perder é claro sua característica de ser um combatente, a favor da liberdade, Requião abriu as portas de seu gabinete na Assembléia Legislativa para realizarmos as primeiras reuniões para os primeiros movimentos a favor das campanhas Diretas Já em nosso estado. Foi uma luta muito dura, em que perdemos a emenda Dante de Oliveira, que garantia a eleição direta para presidente. Mas ganhou o povo por que fomos ao colégio eleitoral elegemos o Tancredo Neves, pela redemocratização e pela extinção do entulho autoritário. Eu diria que foi a mais importante, foi a vitória nas eleições para prefeito de Curitiba, aquele divisor de águas, foi quando se escolheu de forma clara e objetiva, se Curitiba queria uma administração elitista que pensa nos mais ricos, ou se queria um prefeito que trabalhasse a favor do povo, nos bairros, nos movimentos sociais, trabalhar apoiando uma mudança de entendimento do que é e para que serve uma cidade, o direito à cidade que as pessoas têm, e aquela eleição foi de fato um divisor de águas, mais uma vez com a derrota do grupo do Jaime Lerner. As três eleições para governador vencidas por Requião demonstram que a população reafirmou, de forma muito objetiva, que tipo de política foi escolhida no nosso estado, uma política descompromissada com grandes capitais, voltada para os interesses sociais. É uma política que se guia pela carta dos bispos de Puebla de 1979 em que o Papa João Paulo II disse: como sucedeu com cristo, a igreja tem que se preocupar com os mais necessitados. A mesma coisa serve para governo. Governo é para quem precisa. Governo não é para os poderosos, para os ricos, para a elite, para o deleite daqueles que gostam de exercer o poder pelo prazer que o poder pode proporcionar. Por isso, o Requião sempre foi esse rompedor, ele significou da ruptura do modelo tradicional de fazer política. Por isso, companheiros e companheiras, esses 25 anos de vida pública de dois mandatos parlamentares de quatro mandatos no executivo, deram ao Requião, seguramente, uma trajetória de vida fantástica, onde ele deve muito orgulhar, lá em cima vendo todos nós o seu pai, o Dr. Walace (de Mello e Silva), como sempre a sua mãe, dona Luci (Requião) e a todos aqueles, que como Requião partilharam ao longo dessa vida a oportunidade de militar em um partido democrático popular e nacionalista, resistindo até o fim o neoliberalismo. É necessário o reconhecimento que a sociedade tem que ser uma sociedade plural, mas marcada fundamentalmente por um modelo de sociedade de inclusão social de combate às políticas neoliberais. Por isso que o Brasil merece sim ter alguém que possa presidi-lo a partir de uma perspectiva ampla, mas fundamentalmente voltado aos movimentos sociais. É fundamental companheiros que nós possamos nos unir. Eu vejo aqui os nossos pré-candidatos, nossos deputados federais, o Rodrigo Rocha Loures, o Marcelo Almeida, os nossos deputados estaduais, Stephanes Junior, nosso reitor Moreira Junior que sai da academia para disputar uma eleição. O ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, que também tem uma larga experiência na política, que fez a autocrítica, que está aqui sentado nessa mesa agora. Isso para nós é muito importante, devido ao importante apoio da sociedade. Companheiros e companheiras, militantes, companheiros do PCdoB, companheiros do MR8, companheiros que lutam e dão a sua vida a vitória. Companheiro Alexandre Curi, vice-governador Orlando Pessuti, que certamente ainda, Pessuti, você será governador do Paraná e todos nós que acreditamos muito nas mudanças sociais, vamos à luta. Companheiro Cleiton Kielse, companheiro que integra a nossa bancada lá na Assembléia. Por isso meus amigos, minhas amigas, nós temos um novo caminho a ser percorrido, mas temos que reconhecer os 25 anos de vida pública do governador, os passos que o Requião seguiu, por onde ele caminhou e trilhou os passos primeiros. Ele nunca trilhou sozinho, trilhou sempre com essa militância maravilhosa do PMDB, dos movimentos sociais, de outros partidos que também acreditam na coragem para mudar e na competência para fazer. Você Requião tem no mínimo mais 25 anos de vida pública pela frente. É uma grande caminhada, mas você é um companheiro que enche a todos nós de muito orgulho, de muita alegria e todos nós temos grande responsabilidades. Viva ao PMDB, viva Curitiba, e viva o Requião.