Donos de oficinas relatam atrasos de pagamento na ordem de R$ 1 milhão em depoimentos na CPI da JMK Uma das proprietárias alegou ter fechado a oficina em 2017 devido à falta de recebimento e não ter tido condições de manter os pagamentos aos fornecedores.

17/09/2019 15h01 | por Diretoria de Comunicação
Donos de oficinas relatam atrasos de pagamento em depoimentos na CPI da JMK

Donos de oficinas relatam atrasos de pagamento em depoimentos na CPI da JMKCréditos: Dálie Felberg/Alep

Donos de oficinas relatam atrasos de pagamento em depoimentos na CPI da JMK

Os deputados que integram a CPI que apura possíveis irregularidades na manutenção da frota de veículos do Estado ouviram nesta terça-feira (17) três proprietários de oficinas mecânicas conveniadas com a empresa JMK, responsável pela gestão da frota.

Segundo apresentado, a dívida da JMK com essas três oficinas seria de, aproximadamente, R$ 900 mil. Somente para uma das empresas, o valor devido chega a quase R$ 400 mil, como relatou o proprietário Álvaro Ramiro Araldi que está no mercado desde o ano de 1985 e possui vinte funcionários. Ele afirmou ainda possuir um contrato direto com a JMK, que servia para o credenciamento da oficina, e que sobre o valor cobrado repassava entre 10 e 15% para a empresa e que faturava para a JMK para pagamento em 30, 60 e 90 dias e que mesmo assim “sempre teve problemas no pagamento. Pagavam quando queriam” e que “nunca teve qualquer tentativa de negociação com a JMK” que alegava que o Governo não pagava e que, por isso, não tinha como quitar as dívidas com as oficinas.

Araldi relatou ainda que teve que se desfazer de bens particulares para poder honrar as dívidas da oficina com os fornecedores e funcionários e que entrou na Justiça para cobrar a JMK. “Tenho ações contra eles que foram protocoladas durante a execução do contrato”, afirmou relatando que se arrepende de ter deixado a dívida chegar a esse valor, pois sempre acreditou que a empresa honraria os pagamentos.

Da mesma forma, a senhora Marcolina das Graças Juliani, também proprietária de oficina mecânica credenciada da JMK, tem ação na Justiça contra a responsável pela gestão da frota do Executivo cobrando uma dívida de, mais ou menos, R$ 300 mil. “No começo pagavam certo, depois pararam de pagar”, justificou. Ela disse que recebeu um e-mail da JMK para negociar a dívida, mas se recusou, pois outras empresas haviam feito essa renegociação e, mesmo assim, ficaram sem receber o valor total.

Já a situação da senhora Vanessa Trentini é um pouco mais delicada. Apesar da dívida da JMK com a oficina dela ser de pouco mais de R$ 100, como ela afirmou, Vanessa teve que fechar as portas da oficina por não ter conseguido honrar os pagamentos aos fornecedores e funcionários. “Falaram que só pagariam se eu me credenciasse novamente e mesmo assim não recebi. Fiquei muito abalada. Tive crises de ansiedade. Eu só queria receber para pagar os meus fornecedores que é o que me preocupa”, relatou.

Também foi ouvido o capitão Jean Carlos Vanssan que era o fiscal do contrato na Polícia Militar do Paraná desde maio de 2017, e que geria uma frota de seis mil veículos. Ele relatou alguns problemas com as oficinas, principalmente na retenção do veículo após o conserto na espera do recebimento por parte da JMK e que em alguns casos percebia que o valor cobrado estava muito acima do mercado. Usou como exemplo uma cotação de pneu para um módulo móvel da PMPR. Segundo ele, em consulta em sites especializados foi verificado um valor de R$ 438,00 enquanto que a JMK cobrava R$ 748, além das poucas oficinas que prestavam os serviços.

Em um relatório do mês de maio de 2018, apontava que 2.413 oficinas estavam credenciadas, mas destas somente 1.197 estavam ativas, sendo que em Curitiba apenas três prestavam o serviço.

Para o relator dos trabalhos, deputado Delegado Jacovós (PL), os depoimentos constatam que houve falha na fiscalização dos serviços prestados pela JMK. “Há erro do governo anterior em não ter fiscalizado. Uma senhora, praticamente chorando e depressiva, citando que teve que fechar a empresa. Teve prejuízo moral e isso ocorreu em 2017. Dava tempo da Secretaria de Administração e para o Governo anterior ter tomado providências”, disse.

Para o presidente da CPI, deputado Soldado Fruet (PROS), a omissão da fiscalização também é a maior causa dos problemas relatados até agora pelos depoentes. “Claro que houve omissão muito grande por parte do Estado na fiscalização. O Estado tem culpa sim pelos fatos ocorridos, pela deficiência na fiscalização”, concluiu.

Participaram da reunião desta terça-feira, além do presidente e relator da CPI, os deputados Michele Caputo (PSDB), Alexandre Amaro (|Republicanos), Luiz Fernando Guerra (PSL), Delegado Fernando Martins (PSL) e Delegado Recalcatti (PSD).

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