O embaixador de Israel, Reda Mansour, fez na manhã desta quinta-feira (26) uma visita de cortesia à Assembleia Legislativa, onde foi recebido por seu presidente, deputado Ademar Traiano (PSDB). Os dois falaram sobre as características dos partidos políticos e dos Legislativos nos dois países. Israel, com um território total de 22 quilômetros quadrados e oito milhões de habitantes, adota o sistema parlamentarista e seu Congresso Nacional é composto por 120 parlamentares.
Traiano quis saber como é viver numa região permanentemente conflagrada, principalmente nos dias atuais, quando grupos extremistas promovem ataques tão violentos, dentro e fora dos limites dos países árabes. Mansour, que é de origem drusa (povo árabe autônomo), o primeiro diplomata não judeu e o embaixador mais jovem da história de Israel, observou que apesar da preocupação com segurança, com a instabilidade politica regional e com o crescimento da ameaça terrorista, a vida dentro dos limites do país, que abriga 1,2 milhão de árabes e 150 mil cristãos, segue seu curso normal.
Tempos difíceis – “Grupos minoritários radicais tentam mudar todo o mapa do Oriente Médio, praticando genocídios e toda sorte de crueldades contra aqueles que não professam seu credo. Parece até que retornamos a dois mil anos atrás”, lamentou. A seu ver, o terrorismo é um problema que deve ser enfrentado e combatido por toda a comunidade internacional, “pois já podemos observar que ele não vai ficar restrito ao Oriente”.
Referiu-se ao papel da rede social no convencimento e cooptação de jovens em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, a compra e venda de mulheres pelos grupos terroristas e ao financiamento desses grupos por países ricos e pautados por interesses econômicos. A situação é classificada por ele como “um jogo estratégico cruel e cínico”.
Aponta ainda que apenas 40% da população da Síria está atualmente em seus locais de origem. A maioria está deixando o país ou vive em campos de refugiados: “Presenciamos uma verdadeira tragédia humana. Damasco, por exemplo, tem conseguido sobreviver, mas outras cidades históricas estão completamente destruídas", comentou.
Segundo o embaixador, Israel conseguiu estabelecer-se ao longo dos 60 anos de sua existência como Estado e possui hoje uma economia muito forte, além de tecnologia altamente desenvolvida, com o desafio primordial de estabelecer uma convivência pacifica com seus vizinhos. E destacou como exemplo de cultura da convivência o Brasil, onde as comunidades israelita e árabe estão integradas. “Recebemos com frequência médicos dos célebres hospitais paulistas Albert Einstein e Sírio Libanês, perfeitamente irmanados na busca por novas técnicas ou especializações”, observou.
No Brasil vivem cerca de 150 mil pessoas de origem hebraica, concentradas principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Belém. A primeira sinagoga construída em território americano está localizada em Recife (PE). E aproximadamente 70 mil israelitas brasileiros vivem hoje em Israel.
As relações econômicas entre Israel e o Paraná concentram-se principalmente nas áreas de segurança, tecnologia e saúde. Em sua visita ao Legislativo estadual o diplomata estava acompanhado pelo vice-presidente da Federação Israelita do Paraná, Isac Baril, e pelo presidente da Comunidade Israelita do Paraná, Charles London.
