A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) promoveu sessão solene ao final da tarde desta segunda-feira (26) para, atendendo a uma proposição do deputado Hussein Bakri (PSD), prestar homenagens à equipe paranaense de paraenduro, pioneira nesta modalidade esportiva equestre que é praticada por pessoas portadoras de uma ou de mais necessidades especiais. Segundo os especialistas, se a equoterapia é um tipo de terapia com cavalos que serve para estimular o desenvolvimento da mente e do corpo, o paraenduro é a modalidade que transforma a equoterapia em esporte, com pacientes se tornando atletas.
Bakri destacou a importância do trabalho que vem sendo realizado pela equipe de paraenduro: “Trata-se de uma iniciativa pioneira e admirável, que não só auxilia na recuperação de pessoas com deficiência, mas forma atletas, dando-lhes a oportunidade de acreditar na vida. Dando luz ao assunto, através deste ato solene, podemos ajudar a divulgar esse trabalho, que já conta com o apoio da Polícia Militar, entre outras entidades”.
Claudiane Crisóstomo se disse emocionada com o reconhecimento, por parte da Alep, a um trabalho que começou em 2011 e já conseguiu repercutir em outros estados, com quatro deles participando das competições. A equipe paranaense já foi convidada a participar de uma competição equestre em Portugal. Ela tem muita confiança no crescimento do esporte equestre adaptado, não só por sua característica de inclusão social – boa parte dos atletas são pessoas carentes que recebem atendimento permanente de equipes multidisciplinares. “Hoje temos 14 atletas competindo, o que mobiliza cerca de 80 pessoas. Não se trata apenas de uma terapia com tempo determinado de duração, mas da formação de atletas com possibilidades bem mais longas de desempenhar suas atividades”, afirma.
Além do deputado propositor da homenagem, compuseram a Mesa de Honra dos trabalhos a diretora paraequestre da Federação Paranaense de Hipismo, Claudiane Crisóstomo Pasquali; o vice-diretor paraequestre da Federação Paranaense de Hipismo, Eros Spartalis; a 1ª tenente da Polícia Militar Keyla Wosniak, instrutora de hipismo; o instrutor Anderson Miranda; e o também instrutor Ernani Bittencourt. Além de Claudiane e Spartalis, foram homenageadas mais 14 pessoas, dentre elas sete paraenduristas, Breno Passoni, Cleberson Palhano, Djalma dos Reis, Emanueli Silva, Fernando Dihl, Lucas Barreto e Luiz Gustavo Oliveira; dois instrutores, Anderson Miranda e Ernani Bittencourt; e cinco auxiliares de apoio, Carla Vargas, Luis Alberto Dihl, Maria Solange Ribeiro, Maria Somera e Roberta Pasquali.
Modalidade esportiva – As categorias previstas no paraenduro equestre estão divididas por distância, com trilhas de cinco, dez e quinze quilômetros. Podem participar das provas cavaleiros com no mínimo oito anos de idade. Os atletas são selecionados para competir nas diferentes distâncias conforme sua autonomia e domínio do cavalo. Mas todos os paratletas, independentemente de idade, competem com o auxílio de pelo menos um acompanhante, que deverá ter curso básico de equoterapia, sendo apto a executar eventuais manobras de salvamento. Segundo a Federação Paranaense de Hipismo, que regulamenta a prática esportiva no estado, os cavalos devem ter no mínimo 48 meses para participar das provas de paraenduro.
A primeira prova de paraenduro no Brasil aconteceu em Campina Grande do Sul, em dezembro de 2011, quando aquele município da Região Metropolitana de Curitiba sediava a final do Campeonato Paranaense de Enduro. Levantamentos realizados junto treinadores, familiares e atletas têm demonstrado que o esporte melhora sensivelmente a autoestima dos seus praticantes, melhorando o tônus muscular e a motricidade dos atletas, muitos dos quais inclusive deixaram ou diminuíram suas medicações.