
A Assembleia Legislativa do Paraná, por meio da Escola do Legislativo, realizou hoje (08/10), no Plenário da Casa, o evento “Violência contra médicas e profissionais da saúde: desafios no ambiente de trabalho.” Realizado em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Paraná, o evento contou com a participação de autoridades do legislativo, executivo e judiciário do estado, bem como representantes da classe médica.
O diretor da Escola do Legislativo Jeulliano Pedroso destacou a parceria com o CRM-PR: “É uma alegria receber o CRM aqui na Assembleia Legislativa, ter essa parceria que foi formalizada. Nós temos hoje um grupo de trabalho que cuida dessa relação entre os profissionais médicos e os nossos formuladores de políticas públicas, que são os nossos deputados.”
A desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná, Cristiane Tereza Willy Ferrari parabenizou a Assembleia e o CRM-PR pela iniciativa de levantar essa discussão, ressaltando que as mulheres estão ocupando cada vez mais espaços na sociedade e que o preconceito está presente em todas as áreas: “Isso é uma questão cultural, questão que depende não só de atuação da Justiça, da judicialização, mas também da educação, da prevenção, da dinâmica que a sociedade vai evoluir. A educação é o ponto fundamental para evitar o assédio, o desgaste profissional de quem oferece justamente o que a população tanto precisa, do cuidado.”
Na chegada ao Plenário, a deputada estadual Secretária Márcia Huçulak (PSD) falou sobre a importância da temática: “É inaceitável a violência contra profissionais de saúde. Grande parte dessa agressão se dá em pronto-atendimentos, em serviços de emergência. São agredidos ao tentar salvar uma vida, ao tentar recuperar a saúde de uma pessoa. É inaceitável. Nós precisamos proteger quem protege a vida das pessoas.”
A palestra da médica Valéria Caroline Santos, membro da Comissão da Mulher Médica, apresentou estatísticas sobre a violência sofrida diariamente por médicas no Brasil. Entre os dados, chama atenção o fato de que o Paraná é o segundo estado com o maior número de ocorrências. A deputada estadual Cloara Pinheiro (PSD), procuradora especial da Procuradoria da Mulher da Assembleia, declarou que algo precisa ser feito para combater essa realidade: “Nós precisamos fazer alguma coisa, e vamos, com certeza, com essa união. A união faz a força e a gente sabe disso, e nós vamos conseguir. Eu e as mais nove deputadas vamos conseguir fazer a diferença. Vai dar certo, pelo menos a gente vai mostrar uma coisa que está escondida.”
A médica Andressa Costa da Cunha, Coordenadora da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos, abordou aspectos como o impacto das agressões na saúde mental das trabalhadoras e os efeitos financeiro-econômicos. Já a médica Maria Casemira Fernandes da Silva, Coordenadora da Comissão de Qualificação Profissional do CRM-PR, apresentou alternativas de enfretamento à violência, como protocolos de proteção no ambiente médico, reforço da segurança em hospitais e um projeto de lei a ser debatido.
Seguindo a programação, a médica Ana Paola Baptistella, membro da Comissão da Mulher Médica do CRM-PR, moderou a roda de diálogo “Como transformar ambientes de trabalho em espaços seguros para mulheres médicas e profissionais de saúde.” Ao comentar sobre o evento, a médica afirmou: “É muito importante, estamos falando sobre os desafios das mulheres médicas e das profissionais de saúde em relação à questão da violência, principalmente. Então é uma temática bem importante, porque nós estamos tendo um número muito grande de casos de agressões e estamos trazendo esse assunto para que toda a sociedade, os parlamentares, os gestores dialoguem para que nós encontremos ações eficientes para melhorar esses números.”
O encontro foi encerrado com a fala do Vice-Presidente do CRM-PR e gestor da Comissão da Mulher Médica, o médico Eduardo Baptistella. Ele reforçou que a violência contra médicas é uma questão de saúde pública e de cidadania.
EVENTO - “VIOLÊNCIA CONTRA MÉDICAS E PROFISSIONAIS DA SAÚDE: DESAFIOS NO AMBIENTE DE TRABALHO”
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