A história da escultura em Curitiba e no Paraná está atrelada à vida e obra do artista plástico, escultor e desenhista Elvo Benito Damo. Entrevistado da semana do Programa Arte & Cultura na Assembleia, da TV Assembleia, ele falou sobre suas obras, contando a história das criações e dos personagens representados. O artista também destacou a importância do Centro de Criatividade de Curitiba. O programa vai ao ar nesta sexta-feira (09), às 11 horas, com reprises ao longo da semana.

Morador de Curitiba desde 1969, Damo nasceu em Caçador (SC) e possui obras expostas nos principais museus do Brasil. Além disso, suas esculturas estão espalhadas por inúmeros locais da Capital paranaense, entre elas estão a do Cacique Tindiquera, no Parque Tingui e na Praça Tiradentes, uma escultura em madeira e metal na Rua Marechal Deodoro, além de outra no Museu Oscar Niemeyer. No campus da PUC-PR, foi responsável pela criação de quinze painéis em concreto que ilustram as estações da Via Sacra. Suas obras também podem ser vistas também em museus como o MASP-USP e Museu de Arte de Óbidos (Portugal).

Durante a entrevista, Damo destacou a importância do Centro de Criatividade de Curitiba para o desenvolvimento da arte curitibana e paranaense. “Todos esses trabalhos foram executados no Centro de Criatividade de Curitiba. Sou coordenador do ateliê há mais de 40 anos. O Centro sempre se prestou a este serviço e tem capacidade de executar qualquer tipo de escultura. Temos equipamento e técnica para dar conta de qualquer tipo de obra”, explicou.

O artista relembrou ainda a importância do espaço pioneiro para a arte do Estado. “Quando se criou o Centro de Criatividade, o Ateliê de Escultura nasceu nesse momento. Assim que assumimos a coordenação do Centro, iniciamos a primeira fundição artística do Paraná. Fizemos um primeiro curso e, partir daí, fomos desenvolvendo a técnica”, ressaltou.

O artista também reforçou a necessidade de um espaço como o Centro e Criatividade para os artistas. “Ser escultor é como alguém optando por uma profissão na vida. Eu não quero ser médico, quero ser escultor. É uma profissão. O Ateliê também permite uma relação entre artistas e compradores. Aliado a isso, sempre estivemos abertos a escultores de qualquer parte do Brasil. É o espaço que os artistas precisam para criar. Por fim, sempre trabalhamos com desenvolvimentos de técnicas e procedimentos para realização de esculturas”, observou.

Damo se formou em Pintura e Licenciatura em Desenho pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Estudou xilogravura com Gilda Belczak, escultura em ferro e solda com Gustavo Tenius, além de bronze e pedra com Francisco Stockinger. Ele também trabalhou como professor de Escultura na Universidade Federal do Paraná (UFPR). O artista representou ainda o Brasil no 5º Salão Internacional da Pequena Escultura em Budapeste-Hungria e foi o representante em Escultura Contemporânea na 2ª Bienal Internacional de Óbidos (Portugal). O artista também foi selecionado em 2009 para participar da Trienal Internacional de Gravura, em Cracóvia, na Polônia.

Para Elvo Damo, é árduo trabalhar com diferentes tipos de materiais, como bronze, madeira e fibra de vidro. No entanto, é daí que surge a recompensa. "O artista sempre tem, a partir da ideia, um trabalho físico e mental muito grande. Na área da escultura, não se faz isso sozinho. Sempre temos a equipe e os equipamentos. A escultura é um trabalho de sacrifício. Tem de ter conhecimento técnico e de materiais para realizar isso", disse.