Especialistas fazem alerta sobre aumento de cesáreas no Brasil 92% dos nascimentos que acontecem nos hospitais particulares são realizados por meio de cesáreas. Na rede pública o índice é de 55%.

31/08/2015 17h56 | por Nádia Fontana
Andressa Müller, da Coordenação do Gesta Toledo.

Andressa Müller, da Coordenação do Gesta Toledo.Créditos: Pedro de Oliveira/Alep

Andressa Müller, da Coordenação do Gesta Toledo.

A farmacêutica Andressa Caroline Müller e a psicóloga Adriana Liell Silveira, que integram a coordenação do Grupo Gesta Toledo, do município de Toledo, fizeram manifestações nesta segunda-feira (31), durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa, sobre os caminhos da humanização dos partos e dos nascimentos, alertando para o aumento do número de cesáreas em todo Brasil. “Muitas mães acabam optando pela cesárea por desconhecerem os benefícios do parto normal. O que as mulheres querem é ter um parto com respeito”, afirmou Andressa Müller.

Essa também é a opinião de Adriana Liell, que chamou atenção para a necessidade dos hospitais contarem com espaços adequados para a realização do parto normal, quando a mãe pode ter um acompanhante ao seu lado. Ela destacou ainda a importância de preparar as equipes multidisciplinares para garantir um atendimento de qualidade às gestantes. Ambas defenderam a implementação do Centro de Parto Normal no município de Toledo, localizado na região Oeste do estado, e falaram sobre as ações do Gesta Toledo. Essa iniciativa, além de aperfeiçoar a qualidade da atenção ao parto normal, busca reduzir o número de cesarianas.

Epidemia – De acordo com Andressa Müller, hoje no Brasil há uma epidemia de cesáreas. Ela citou dados de pesquisas que apontam que cerca de 92% dos nascimentos que acontecem na rede hospitalar privada são realizados através de cesáreas. No setor público esse índice é de 55%. A farmacêutica observou que 65% de todas essas cirurgias, que como toda intervenção trazem riscos de médio porte, são desnecessárias. A maioria é marcada com antecedência, antes que a mulher entre em trabalho de parto. Esses índices estão muito acima da recomendação de 15%, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Andressa e Adriana fizeram questão de destacar que não são contra a cesárea, que segundo elas deve ser uma opção reservada para quando há riscos para a mãe e o bebê. 

Projeto – O deputado José Carlos Schiavinato (PP), que propôs a apresentação, também falou sobre o programa Gesta Toledo, frisando a importância de oferecer a todas as mães orientações e cuidados desde o pré-natal, para que elas possam e tenham o direito escolher o tipo de parto. “É importante que as mulheres tenham à disposição todo o conhecimento e uma estrutura de atendimento moderna, para que possam escolher o melhor método, a maneira como querem ter seus filhos”, assinalou. Schiavinato lembrou ainda que sua avó materna, dona Júlia, foi uma das primeiras parteiras da região de Toledo, ajudando a trazer ao mundo centenas de crianças.

Na sessão desta segunda-feira o deputado também protocolou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a ampliação do prazo de licença maternidade para as servidoras públicas do Paraná. De acordo com a proposta, que visa alterar a o inciso XI do artigo 34 da Constituição do Paraná, a funcionária do Estado que estiver amamentando poderá ampliar a licença maternidade para nove meses.

 

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