“Mal começou o ano e as torneiras da verba de propaganda do governo estão jorrando dinheiro público”, criticou ontem o deputado estadual Marcelo Rangel, que descobriu a injeção de recursos estaduais no chamado jornal “Notícias do Paraná”, editado pelo governo do Estado e que está sendo distribuído à lista de clientes da Copel e da Sanepar, em todo o Estado.O deputado que foi um duro crítico do desvio do dinheiro público em propaganda institucional do governo Requião protocolou ontem dois requerimentos na Assembléia Legislativa solicitando do secretário Airton Pisseti, explicações sobre esta publicação oficial. O deputado quer saber a tiragem, o meio de distribuição, o custo de cada edição, que profissionais estão trabalhando no jornal, quanto foi liberado para o jornal em 2007 e quanto está previsto para este ano, quem é o jornalista responsável, a periodicidade e a data de fundação da publicação. No outro requerimento o deputado se dirige ao procurador-geral da Justiça do Paraná, Milton Riquelme de Macedo, solicitando informações sobre a legalidade da utilização pelo governo, da mala-direta da Copel, para a distribuição do jornal, com 32 páginas de publicidade do governo Roberto Requião.Adjori preocupadaO deputado Rangel acusou também o recebimento de um e-mail do presidente da Adjori/PR, que representa os jornais do interior, onde Sérgio Jonikaites fala de sua preocupação com a chamada “transparência do governo do Paraná”, prometida ano passado e que tem a disposição um orçamento de R$ 38 milhões aprovado pela Assembléia Legislativa.Jonikaites comentou que dia 21 de dezembro foi realizada uma reunião na Secretaria de Comunicação do Governo, onde os jornais do interior foram marginalizados. E argumenta: “Ora, o governo sabe que os jornais diários não atingem a base populacional do Estado. Daí, dizer que a informação será democratizada é, no mínimo, tachar os meios de comunicação que estão junto ao povo e nos municípios de burros”. Ele acusa também que o governo dividiu o Paraná em sete regiões e nestas, somente um jornal vai participar de um tal de consórcio e pede que o deputado verifique a situação pois “... existem setores e compadres que receberam, mas não a imprensa que tem atuação nos municípios”, concluiu.Para Rangel isso demonstra que tudo está se repetindo e não há qualquer critério técnico para escolha dos órgãos que vão receber recursos do Governo. Para ele continua o mau gerenciamento e promete que assim que se restabelecerem as sessões na Assembléia estará voltando à carga para que novamente o assunto não passe em branco.