A ameaça de intervenção no Porto de Paranaguá, aprovada recentemente pela Câmara dos Deputados, foi provocada pelo sucateamento do porto, um reflexo óbvio de falhas na administração. A afirmação foi feita ontem pelo líder da bancada de Oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), que acusou o governo de estar distorcendo deliberadamente o debate sobre os problemas do porto. O deputado lembrou também que se o governo tivesse corrigido os problemas apontados na CPI do Porto, da qual foi presidente, nada disso estaria acontecendo.“O governador Requião trata a questão do porto como assunto de família e não é assim que se governa um Estado”, aponta Rossoni. O deputado critica também a postura do governo de adotar um discurso maniqueísta, ao dizer que a intenção é privatizar o porto, um artifício que só serve para confundir a opinião pública e encobrir os desmandos do seu irmão, Eduardo Requião.“A questão não é se o porto é público ou privado. Antes de qualquer coisa o porto precisa funcionar e suprir adequadamente as necessidades dos setores produtivos paranaenses, o que não está acontecendo”, atesta o deputado.Rossoni diz também que não custa lembrar que o Dnit – Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes – suspendeu o repasse de recursos federais para ampliação do Cais Oeste por causa de irregularidades no porto. “Não é intriga da oposição. O porto está doente e inspira sérios cuidados”, alerta o deputado. Outro fato importante é que o Tribunal de Contas da União (TCU), deu um prazo de 90 dias, que está correndo desde junho, para que a Antaq obrigue o porto a corrigir os problemas de infra-estrutura, caso contrário determinará o afastamento dos diretores.