Governo Manobra Para Esconder Mazelas do Porto

16/04/2008 09h25 | por
O deputado Valdir Rossoni (PSDB), líder da Oposição na Assembléia, afirmou que a audiência pública nesta terça-feira (15) com o chefe de Operações do Porto de Paranaguá, Clauber Candian, foi mais uma tentativa de esconder do que esclarecer os problemas do Porto. “A presença do diretor prestando contas na Assembléia foi positiva e deveria servir de exemplo para outros membros do governo, mas não serviu para esclarecer as principais dúvidas dos deputados da oposição”. “Os deputados pretendiam obter do governo do Estado respostas claras e objetivas para os problemas mais críticos do Porto que podem colocar em risco a navegação, como falta de dragagem no Canal da Galheta. Sobre essas questões o depoimento do diretor muito pouco acrescentou” prosseguiu Rossoni. “A questão dragagem continua na estaca zero. Nada foi explicado pelo diretor, que alegou não ter conhecimento de outras áreas além da logística”, disse Rossoni (PSDB). “A única coisa que ele confirmou foi que em certo ponto a largura do Canal da Galheta está com 90 metros, quando o aceitável é 200 metros. Já havíamos alertado sobre isso e também do risco iminente de acontecer um grave acidente”, completou. Os deputados Plauto Miró Guimarães (DEM) e Marcelo Rangel (PPS) concordam com as declarações de Rossoni. Plauto Guimarães destacou que faltaram explicações convincentes sobre o Terminal de Álcool, que foi inaugurado em outubro do ano passado e que até agora não armazenou uma gota do produto. “As poucas explicações não convenceram. São vários fatores que não foram explicados e fazem com que eu pense que existe muita coisa de errado”. Plauto Miró questionou o sumiço de 4,5 mil toneladas se grãos do silo público. Gaudian vacilou para informar que está sendo averiguado, com a polícia. Logo em seguida, mudou de idéia e afirmou que esse sumiço de soja estava dentro da margem tolerada, que é de 0,15%. Mas o silão tem capacidade para 100 mil toneladas. Logo, 4,5 mil toneladas representam um percentual de 4,5%, muito acima da margem de tolerância. Já o deputado Marcelo Rangel defendeu como fundamental a presença do superintendente do Porto, Eduardo Requião, para dar as explicações sobre as questões pendentes. “O diretor que veio aqui não tinha conhecimento técnico de outras áreas, as áreas mais importantes. O ideal seria trazer o superintendente, juntamente com outros diretores, para poder abordar todos os assuntos que assolam o Porto de Paranaguá”. Rossoni sugeriu que um grupo de parlamentares se dirigisse ao Porto logo após a audiência para conferir in loco algumas denúncias. O deputado lembrou, por exemplo, que quando esteve em Paranaguá, em 2004, encontrou o local em estado deplorável – até pombos mortos foram encontrados - e disse que foi informado que o local continua em péssimas condições. Mas houve a recusa, por parte do governo, em recebê-los. “A vontade era fazer visita agora à tarde em alguns setores do Porto que temos dúvidas. Uma delas é a questão de higiene no silão, pois as informações que temos são catastróficas. Outro ponto a ser verificado é o funcionamento dos filtros do silo vertical. Mas a informação que tivemos é que não terá ninguém para nos receber. Acho difícil numa estrutura como a do Porto não ter uma pessoa que possa nos acompanhar para que busquemos os esclarecimentos necessários”, concluiu Rossoni. Algumas perguntas não respondidas: - Por que criar uma comissão especial para estudar a questão da dragagem, fazer com que essa comissão se empenhe para realizar esse trabalho se em nenhum momento o superintendente do Porto agiu de acordo com os estudos dessa comissão? - Por que a licitação da dragagem não acontece? Sabe-se que tem equívocos e falhas técnicas. Por que então não seguir o que a lei determina? - Por que foi incluído o engordamento da praia de Matinhos na licitação da dragagem? É uma obra totalmente inviável. Vai aumentar drasticamente os custos e não vai solucionar o problema do litoral paranaense e também não constava no projeto elaborado pela comissão especial. - Por que foi incluído o derrocamento de rochas em Antonina? Também não estava no projeto elaborado pela comissão. - O Canal da Galheta tem uma curvatura. Como um navio de mais de 30 metros de largura entra num canal com 90 metros de largura e ainda tem que manobrar em alguns pontos? - O principal problema do Porto é o Canal da Galheta. Se esse assunto não é de sua competência, quem é o funcionário responsável por essa questão? - Por que o Cais Oeste não foi construído? - Quantos berços seriam criados a mais com a construção do Cais Oeste? - Existia dinheiro do Governo Federal para a construção do Cais Oeste? Este dinheiro foi devolvido? O Governo Estadual disse que construiria com recursos próprios e com valor mais baixo do que o proposto pelo Governo Federal? - Por que o Terminal de Álcool não está operando? Foi realmente construído fora das normas técnicas necessárias para o armazenamento do produto? - Haverá a necessidade de se investir mais R$ 8 milhões para a adequação do Terminal de Álcool para que ele passe a operar? - Há controle exato do que está armazenado de farelo de soja no silão? Como explicar o sumiço de 4.591.380 Kg de farelo de soja do estoque?

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