“O governador disse que a UEG era uma bomba e que podia explodir a qualquer momento. Depois comprou a usina, quando esta viria de graça para o Estado num prazo de 20 anos. Agora quer abrir o capital da empresa”, resumiu Rusch. “O Estado pagou R$ 420 milhões pela aquisição de 60% das ações da empresa, dinheiro que poderia ter sido aplicado na segurança e na saúde”, exemplificou Rusch. Para o parlamentar, o imbróglio foi causado pelo próprio governador que, no seu ímpeto de rasgar contratos, interrompeu o pagamento à El Paso. A empresa entrou com uma ação na Câmara Arbitral em Paris. O Estado estava prestes a ser condenado a pagar uma indenização US$ 867 milhões de dólares por conta deste processo. Para se ver livre, não houve outra saída, a não ser comprar a usina, mesmo tendo gasto cerca de R$ 6 milhões para se defender do processo, o que esteve a cargo do escritório Pinheiro Machado.“Só existe uma coisa que condena os atos de uma pessoa: o tempo”, disse Élio Rusch, ao comparar as mudanças radicais de postura do governador, com respeito à usina. “Eu não sou economista, mas quando se coloca as ações no mercado, não deixa de ser uma privatização”, disse Rusch, avaliando que o comportamento dúbio do governo causa incerteza aos investidores privados, justamente a estes a quem o governo agora oferece ações da UEG Araucária. A Assembléia aprovou em 1ª discussão, nesta segunda-feira, o projeto do executivo que confere à UEG Araucária Ltda o regime jurídico de sociedade de economia mista.