O presidente da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação, deputado Marcelo Rangel (PPS), afirmou que houve contradição entre os depoimentos de Mariano Macedo e do presidente do IBQP, Carlos Artur Krüger Passos. Este esteve na Assembléia no último dia 30 para dar esclarecimentos aos deputados. ”Algumas informações não coincidiram com aquelas apresentadas pelo presidente do IBQP. Até agora não conseguimos entender como o IBQP recebeu tanto dinheiro pelo serviço. As dúvidas aumentam a cada dia”, apontou.Rangel disse que, segundo dados demonstrados por Mariano Macedo, o IBQP não oferece condições de atender todos os serviços determinados em contrato, como aqueles apresentados por Kruger Passos. “A maioria dos veículos utilizados para a execução dos trabalhos foi locada pelo Tecpar. O IBQP sequer tem laboratório para executar as análises. O trabalho é realizado pelo Tecpar. Os computadores utilizados são do Tecpar. Afirmaram que somente o IBQP seria capaz de executar os serviços mas até agora não nos convencemos disto”, destacou Rangel.Outro ponto destacado pelo parlamentar refere-se à porcentagem aplicada nos repasses para pagamento de pessoal. “A média dos salários dos funcionários não bate. De acordo com Tecpar e IBQP, os salários variam de R$ 490,00 a R$ 4.600,00. Mas pelas contas nenhum funcionário ganharia menos de R$ 3 mil”, destacou Rangel. FiscalizaçãoA execução dos trabalhos do IBQP é acompanhada por uma empresa de auditoria independente. O que causou estranheza aos deputados é a forma de contratação desta empresa. “A lógica seria de que o Tecpar contratasse uma auditoria para acompanhar a execução dos trabalhos efetuados pelo IBQP. O engraçado é que a auditoria foi contratada pelo próprio IBQP. Não faz sentido essa contratação pelo IBQP”, afirmou o deputado Marcelo Rangel. LicitaçãoO vice-líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM), estranhou a afirmação do presidente do Tecpar de que existem empresas privadas com capacidade de fazer as análises executadas pelo IBQP, contrariando a informação apresentada, na semana passada, pelo presidente do IBQP de que o instituto era o único capacitado a executar o serviço. “Se existem empresas privadas que fazem esse tipo de serviço, porque foi dispensada a licitação?” questionou Rusch. “E se não houve licitação, quem garante que o menor preço era o do IBQP?”, completou Rusch.