Liderança da Oposição

18/11/2009 16h15 | por Sonia Maschke - Jaime Santorsula Martins / 41 3350-4193
A audiência pública realizada nesta quarta-feira (18), na Assembléia, com o ex-presidente da Fundação Copel, Edílson Bertoldo, confirmou aos deputados que houve interferência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) nas negociações das ações da Previ no Terminal da Ponta do Felix (TPPF) de maneira que a Fundação Copel perdeu o prazo para exercer seu direito de preferência na compra das ações.Para o líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM), “o relato de Bertoldo reforçou a suspeita de que foi um negócio nebuloso e que envolveu interesses específicos da própria APPA ou de pessoas ligadas a ela”.“Parece que o Governo está à procura de um culpado quando percebe-se que foi a ingerência da APPA que atrapalhou o negócio. Foram as ações do próprio governo que inviabilizaram as negociações”, relatou Rusch citando a portaria 08/08 de fevereiro de 2008 em que a APPA proibiu que o Terminal fosse utilizado para embarque de cargas em geral, como fertilizantes, madeira, bobinas de papel e também o cancelamento, por parte do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), da licença ambiental do Terminal. “A APPA já sabia das negociações do Terminal desde 2008, não fez proposta alguma e agora alega que não sabia de nada”,.Segundo Bertoldo, a Fundação Copel não exerceu a preferência na compra das ações da Previ porque não foram oficiados desta determinação do governador e também porque em uma reunião entre a superintendência da APPA e a diretoria da Copel ficou acertado que a APPA faria a proposta para a compra das ações.“A Fundação Copel sustou as reuniões para discutir esse assunto já que havia sido dada uma solução pelo Governo. A APPA enviou um ofício à Previ e no dia três de novembro se reuniram no Rio de Janeiro para tratar da compra”, afirmou Bertoldo, que disse não saber o que foi discutido nessa reunião. FuncionamentoO deputado Durval Amaral (DEM) questionou sobre os transtornos causados ao Terminal da Ponta do Félix por causa dos atos da APPA e do IAP e também pela demora na venda das ações da Previ.Bertoldo afirmou que o prejuízo do Terminal nos anos de 2008 e 2009 é de R$ 12 milhões e que a média de navios, antes de cinco, hoje é de um por mês. Outro problema apontado por ele é a falta de dragagem do canal de acesso ao porto de Antonina.Ainda segundo Bertoldo, a proibição de movimentação de determinados produtos pelo TPPF gerou prejuízo. “De maneira intempestiva, o Terminal ficou impossibilitado de fazer o embarque dos produtos, tendo que deslocar as mercadorias para outros portos, além de despesas com armadores e multas pela demora no embarque. Foram aproximadamente R$ 5 milhões de prejuízo que atribuo ao órgão regulador, que é a APPA”, declarou.TriangulaçãoEm relação ao suposto lobby por parte do ex-presidente da Fundação Copel para favorecer determinado grupo paranaense, Bertoldo disse que agiu pensando nos benefícios dos associados da Fundação, pois segundo ele considerava o negócio mais lucrativo para os fundos de pensão do que aquele que estaria sendo realizado pela Previ. “Se fazer lobby é agir pensando em benefícios para a Fundação Copel, eu fiz”, declarou Bertoldo.O deputado Reni Pereira (PSB) questionou a dificuldade imposta pela APPA na negociação de 2008, que impediu a venda das ações da Previ para um grupo canadense que investiria mais de R$ 200 milhões na cidade de Antonina e pagaria cerca de R$ 80 milhões pelas ações da Previ. “Um ano depois as ações foram vendidas a outro grupo por apenas R$ 64 milhões. Parabéns ao paranismo”, ironizou.Entre os documentos apresentados por Bertoldo durante a audiência estão correspondências trocadas entre o então superintendente da APPA, Eduardo Requião, e a diretoria da Equiplan, empresa que comprou as ações da Previ. “Pelos termos das correspondências a superintendência da APPA não admitia mais postergações na venda das ações para a Equiplan”, afirmou. “Em outra correspondência, a Equiplan agradecia o empenho do mesmo Eduardo, já como secretário de Representação do Paraná, em Brasília”, completou Pereira. Ordem do GovernadorO deputado Douglas Fabrício (PPS) quis saber por que não foi cumprida a ordem do governador para que a Fundação Copel comprasse as ações da Previ. De acordo com Bertoldo, a Fundação Copel recebeu uma notificação da Previ para se manifestar sobre o seu direito de preferência na compra das ações ou também para vender as ações da Fundação Copel, se houvesse interesse. Mas, segundo ele, no dia 27 de outubro deste ano ocorreu uma reunião na sede da Copel entre a diretoria da empresa e a Superintendência da APPA em que foi decidido que a APPA iria fazer uma proposta de compra das ações.Um ofício da APPA para a Previ, enviado no dia 28 de outubro, confirma a realização de uma reunião no dia três de novembro na sede da Previ, no Rio de Janeiro. “O que tenho ciência é que no final desta reunião a Previ não reconheceu a APPA como compradora e nós (Fundação Copel) não tínhamos mais prazo para exercer o direito de compra. Sem dúvida, o atravessamento da APPA tirou a Fundação Copel do jogo”, alegou Bertoldo.“Entendo que o TPPF vem sofrendo perseguição do Governo do Estado. Parece que o governo faz esforço para prejudicar o funcionamento do Porto”, disse Douglas Fabrício.Banco SantosQuestionado pelo deputado Durval Amaral sobre os outros investimentos que geraram prejuízo para a Fundação Copel, Bertoldo admitiu que tem conhecimento de um, mas se comprometeu a enviar de maneira oficial as aplicações realizadas pela Fundação, que geraram resultados positivos e negativos.“As aplicações sempre foram bem sucedidas, poucas são feitas com a probabilidade de risco. Salvo quando o mercado promover a falência ou a intervenção da instituição”, disse afirmando que houve uma perda da Fundação Copel de R$ 36,6 milhões em aplicações do Banco Santos que teve sua falência decretada pelo Banco Central.Ao final da audiência os deputados aprovaram a convocação do presidente da Copel, Rubens Ghilardi, do presidente do conselho deliberativo da Fundação Copel, Marlus Gaio, e também do superintendente da APPA, Daniel Lúcio de Oliveira.Segundo o presidente da Comissão de Fiscalização, deputado Artagão Júnior, Ghilardi e Gaio serão ouvidos pela comissão para explicar os motivos de não terem exercido a preferência de compra nas ações da Previ. Jjá o superintendente da APPA será oficiado para prestar esclarecimentos sobre a reunião ocorrida no Rio de Janeiro com a direção da Previ, e se for necessário comparecerá na comissão.

Agenda

TRAMITAÇÃO DE PROJETOS

LEIS ESTADUAIS

PROJETOS PARA JOVENS

  • Visita Guiada
  • Geração Atitude
  • Parlamento Universitário
  • Escola do Legislativo
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná © 2019 | Desenvolvido pela Diretoria de Comunicação