O líder da Oposição na Assembléia, deputado Élio Rusch (DEM), obteve a última alteração contratual da empresa que está negociando a venda do equipamento que vai fazer a dragagem no Canal da Galheta, no Porto de Paranaguá, e alertou para “algumas coincidências” que indicam ter havido direcionamento no processo de licitação.Rusch lembrou que a APPA lançou edital para a aquisição do equipamento no dia 28 de agosto e a abertura das propostas estava prevista para o dia oito de outubro. Com a alegação de que o edital teria sido publicado somente em pequenos jornais do interior do Paraná, a APPA remarcou a abertura para o dia 29, um adiamento de 21 dias. Segundo o deputado, as datas coincidem com a alteração no contrato social da empresa Interfabric Indústria e Comércio Ltda, realizada recentemente. “A 12ª alteração de contrato social da Interfabric aconteceu em nove de outubro. Nela incluíram equipamentos portuários e dragas na lista de produtos a comercializar. Antes a empresa vendia de tudo, de remédio e ração a produtos eletroeletrônicos, menos dragas”, denunciou. “É muita coincidência. E o proprietário é o mesmo que vendeu jaquetas à Polícia Militar. O produto não foi entregue. Uma empresa que dá calote no poder público não poderia participar de qualquer licitação”, apontou Rusch.Segundo o deputado, o governo do Estado tem muitas explicações a dar à população sobre a negociação da draga, uma questão nebulosa durante todo o governo Requião. Rusch lembrou que em 2003 a APPA rompeu contrato com a empresa que fazia a dragagem. Desde então, o assoreamento reduziu a profundidade do canal, limitando a navegação, o fez com que o Porto de Paranaguá perdesse competitividade para os portos dos estados vizinhos. “Espero que a APPA possa dar as devidas explicações para a Assembleia e para a sociedade paranaense. Por que comprar de terceiros e não diretamente dos estaleiros estrangeiros?”.
