Os deputados da bancada da Oposição rechaçaram as declarações do secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, que no último dia 9 chamou os deputados de “abutres” por exigir a sua convocação para prestar esclarecimentos sobre os índices de criminalidade no Paraná.O líder da bancada, deputado Élio Rusch (DEM), disse que a atitude do secretário foi para desviar o foco da má gestão deste governo no que diz respeito a segurança pública.“O secretário quando chama os deputados de abutres, tem que lembrar que eles são representantes da sociedade e que estão aqui para fazer valer o direito dos paranaenses. Ele tem que lembrar das famílias assaltadas, das pessoas mortas e das delegacias superlotadas e sem estruturas”, relatou. “Esses são os motivos que fizeram com que 31 parlamentares pedissem a sua convocação. Estamos preocupados com as vidas, com as famílias paranaenses. Queremos paz e tranqüilidade no nosso estado”, completou.Rusch contestou as declarações do secretário de que os acusados presos de terem cometido a chacina no bairro Umbará em Curitiba, seriam “moleques” e que não há crime organizado na região.“Dois dos acusados possuem uma ficha criminal extensa. Não são moleques, são bandidos que fazem parte de um bando, do crime organizado. Já cometeram crimes violentos e estavam nas ruas por inoperância da pasta comandada por este secretário. O próprio delegado da Homicídios relatou serem integrantes de uma quadrilha envolvida com o tráfico”, disse Rusch comentando uma matéria divulgada pela assessoria da Secretaria de Segurança na última sexta-feira (09), onde afirma que a chacina ocorreu devido represálias a morte de um integrante da “quadrilha”. Na mesma matéria o delegado da Homicídios, Hamilton da Paz, atesta que os membros da “quadrilha” possuem uma tatuagem que os identificam e que o termo “sobrinho” não remete a parentesco e sim a uma hierarquia entre o chefe do tráfico com os seus subordinados.O líder do PSDB na Assembleia, deputado Ademar Traiano, também criticou o secretário Delazari ao condenar o requerimento de convocação.“Ele insiste em dizer que a chacina foi um caso a parte e que os deputados só querem agir politicamente para se promover. Não é só por isso a convocação, existem outros assuntos que precisam ser esclarecidos”, argumentou. Segundo Traiano, o secretário teria se esquecido que se auto promoveu de um desastre lastimoso que aconteceu em Curitiba que envolveu o ex-deputado Fernando Carli Filho e dois jovens. “Na ocasião determinou que policiais fossem nas casas das pessoas para apreender as carteiras de motoristas daqueles que possuíam mais de 20 pontos de infração. Foi um desrespeito à individualidade das pessoas, sabendo que a sua ação não atingiria os objetivos”.Traiano questionou ainda o que faz um promotor de justiça abdicar da sua carreira para seguir a frente da Secretaria de Segurança.“Quais as razões que o levou agir desta forma?”, indagou. “É algo muito estranho seguir a frente da Secretaria sendo que os índices de violência aumentam a cada dia”.ConvocaçãoO requerimento apresentado pelo líder da Oposição na última quarta-feira (06), e assinado por 31 deputados da base do governo e de oposição, convocando o secretário de Segurança para prestar esclarecimentos aos parlamentares e principalmente à sociedade não foi votado nesta terça-feira (13). Um acordo entre lideranças fixou o próximo dia 27 para a ida do secretário à Assembleia.“O que os deputados queriam com o requerimento de convocação era a presença do secretário na Assembleia. Isso nós conseguimos com o entendimento. Ele virá prestar todas as declarações aos deputados e à sociedade”, explicou Rusch.A oitiva com o secretário será transmitida ao vivo pela TV Sinal a partir das 14h30.“A sessão do dia 27 se resumirá ao debate com o Delazari. Ele será sabatinado com o rigor que a situação merece”, disse Rusch.