09/04/2009 13h23 | por Sonia Maschke - Jaime Santorsula Martins / 41-3350-4193
Os deputados da Oposição reagiram com indignação ao tomar conhecimento que o governo do Estado desistiu de apresentar o projeto de lei que determina o piso dos professores. O Executivo pediu nesta quarta-feira (8) a restituição da mensagem 039/08 que fixava em R$ 1.392,00 o salário base dos profissionais da educação básica.“Cai a máscara dos que dizem que defendem o servidor público. Não se pode administrar o Estado enganando seus funcionários”, disse o deputado Élio Rusch (DEM), líder da Oposição.Rusch lamentou que o projeto tenha sido mais um factóide criado pela atual administração estadual. “O governo garantiu o aumento para o mínimo regional do setor privado e 24 horas depois retira o projeto do piso dos professores. É lamentável essa atitude.” Rusch lembrou que governo está retirando a proposta pela segunda vez. O projeto de lei foi retirado da pauta de votação em 10 de dezembro, com a justificativa que teriam correções a ser feitas. Na época, o piso nacional era R$ 950,00. O líder da Oposição cobrou a volta do projeto, que retornou à Assembléia com votação prevista para esta quarta-feira. De acordo com o projeto retirado pelo governo, os professores do Paraná ainda teriam um salário acima do piso nacional, fixado atualmente em R$ 1.132,40. SurpresoO deputado Reni Pereira (PSB) considerou a retirada do projeto um absurdo cometido pelo governador. “Quando o salário é para ser pago pela iniciativa privada o discurso é fácil, tem que ter rapidez na votação, independente da economia comportar ou não o aumento, como foi com o mínimo regional. Mas quando é algo para beneficiar o servidor o projeto fica parado na Assembleia por seis meses. Isso demonstra a falta de vontade para votá-lo”.Pereira justificou a pressa para a aprovação do salário mínimo regional, votado nesta terça-feira. “A festa do 1º de maio, dia do Trabalhador, tem que acontecer, com shows e fogos de artifício pagos com dinheiro público. Já o anúncio do piso dos professores pode ficar para 2010 ou sabe-se lá para quando, porque o governador demonstra que isso não é prioridade”. Nem aíO deputado Plauto Miró Guimarães (DEM) também criticou a retirada do projeto e lembrou com ironia que o governador Requião está de férias justamente nessa hora. “Não dá para entender. Parece que o governador gosta de fazer pose para fotografia no momento em que lança a idéia. Mas quando volta atrás não está aqui, está em férias passeando na Europa”, ironizou.Já o deputado Antonio Belinati (PP) condenou a falta de coerência do governador na apresentação dos projetos. “Em campanha eleitoral tanta fala bonita coberta de expectativa para os servidores públicos e aos professores. Passam as eleições, fecham as portas na cara dos nossos servidores. A retirada deste projeto é mais um exemplo claro disto”. HistóricoO piso estadual dos professores foi apresentado pelo Executivo em novembro de 2008. No dia 10 de dezembro foi colocado para votação, mas os deputados governistas pediram a retirada da pauta por dez sessões. Passado esse prazo, no dia 16 de fevereiro, o líder da Oposição, deputado Élio Rusch, fez uma cobrança em plenário solicitando que o projeto retornasse à ordem do dia para que fosse aprovado.No último dia 02 o deputado Reni Pereira protocolou requerimento solicitando que o projeto fosse anexado ao que instituiria o novo salário mínimo regional para que fossem votados juntos.Hoje, 8, o projeto foi retirado pelo governo.