O líder do Governo na Assembléia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), anunciou nesta segunda-feira (15) que vai apresentar anteprojeto que proíbe o uso do tabaco e de produtos fumígenos, entre os quais cigarrilhas e cachimbos, em ambientes públicos. “Considero um anteprojeto desse tipo tão importante que não pretendo apresentá-lo sozinho e acho que deve ser um projeto coletivo dos deputados da casa”, afirmou. O anúncio de Romanelli já obteve o apoio de outros deputados. “Esta é uma reivindicação da sociedade paranaense, que cada vez mais se posiciona contra o fumo pelos males que ele provoca”, declarou o deputado. “O Sistema Único da Saúde (SUS) gastou no ano passado pelo menos R$ 92 milhões tratando de pacientes com doenças causadas pelo vício do tabagismo. Esse dinheiro poderia ser usado para custear o funcionamento de muitos hospitais públicos no Paraná”, comentou. O líder do Governo disse que vai tomar como modelo o projeto apresentado à Assembléia Legislativa de São Paulo no mês passado pelo governador José Serra (PSDB). Se for aprovado pelos deputados estaduais, ficará proibido fumar em bares, boates, restaurantes, hotéis, áreas comuns de condomínios, shoppings, hospitais e táxis, por exemplo. “É uma lei muito boa e que merece ser adotada também no Paraná”, explicou Romanelli. “Vou dedicar esta semana ao estudo deste projeto e conversar com o secretário da Saúde, Gilberto Martin, para aperfeiçoar o projeto do governo de São Paulo”, observou Romanelli. “Certamente o projeto encontrará resistências, como ocorreu inicialmente com a lei que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nas estradas. Mas essa lei foi altamente positiva, reduzindo em mais de 30% o número de acidentes nas estradas”, ressaltou.Extremamente prejudicial à saúde, o tabagismo é considerado uma doença, capaz de dar origem a outras cinco dezenas de males - como câncer (principalmente de pulmão), infarto, AVC (acidente vascular cerebral), bronquite, osteoporose e até impotência sexual. Esses males atingem também as pessoas que, mesmo não fumando, inalam a fumaça do cigarro. São os chamados fumantes passivos. De acordo com estudos recentes do Inca (Instituto Nacional de Câncer), pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por doenças provocadas pelo tabagismo passivo - sete mortes por dia.