Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas. Na verdade, não pretendia utilizar a palavra, nesta tarde, mas ouvindo o pronunciamento do deputado, líder da oposição, Élio Rusch, em relação ao Porto de Paranaguá, sinceramente, penso que temos que ter, como sempre tenho dito, uma responsabilidade muito grande sobre aquilo que falamos da tribuna. Eu reconheço que há, indiscutivelmente, em relação ao Porto de Paranaguá uma torcida do contra, deputado Mário Roque. Digo isso porque sabemos que tipo de interesses que temos contra o porto público de Paranaguá.Agora mesmo foi dito pelo deputado Élio Rusch, reproduzindo a coluna do colunista Celso Nascimento sobre o famoso encalhe de um navio em Paranaguá. Naturalmente, todos leram a notícia ou ouviram falar sobre ela, enfim, o colunista é muito lido, e já ficaram: “nossa, mas que coisa absurda! É a dragagem!” Então, quero publicamente dizer o seguinte: em primeiro lugar, a operação que acabou promovendo o encalhe do navio num banco de areia foi por conta, deputado Marcelo Rangel, de que o navio estava à deriva. Ficou à deriva, deputado Valdir Rossoni, e não foi culpa sua. Na verdade, foi chamada a Capitania dos Portos de Paranaguá para um plano de assistência. Por quê? Porque ele havia perdido o motor. O navio estava sem motor. Naturalmente, quando o navio perde as máquinas, perde o leme, porque todo o sistema é hidráulico. O navio pediu um plano de assistência. A Capitania dos Portos fez um plano de assistência colocando um rebocador na proa e outro na popa, para poder fazer com que o navio pudesse atravessar o Canal da Galheta e chegar, naturalmente, até um berço, para poder receber a manutenção, que é regular nesses casos. Mas o que aconteceu? Por conta de que, na tarde de sexta-feira, havia um vento muito forte à nordeste, o navio perdeu a sustentação que tinha do rebocador que estava na popa. Tombou o cabo que prendia o navio e o navio ficou à deriva e à deriva, por conta do vento forte, bateu num banco de areia, ainda na entrada do Canal da Galheta. O navio não encalhou no Canal da Galheta. Na verdade, ele ficou à deriva e aí, efetivamente, parou num banco de areia porque estava sem motor. Muito bem. O que fez a Capitania dos Portos? Esperou subir a maré e fizeram outra operação. Naturalmente, a operação que é regular numa situação igual a essa. Outros rebocadores retiraram o navio e o levaram, novamente, para que ele pudesse em alto mar esperar, ou seja, um outro plano de assistência para entrar em Paranaguá e ser devidamente reparado para, enfim, fazer a operação de descarga e carga e seguir normalmente a viagem. O fato é que este ano Paranaguá já recebeu 950 navios. São mais de 1.900 entradas e saídas pelo Canal da Galheta. O Canal da Galheta não está com problema algum. O que tivemos foi um navio que estava à deriva por conta de um problema mecânico e que teve um problema na operação do plano de assistência. Agora, naturalmente, o navio ficou ao largo e espera um novo plano de assistência para poder de fato sair. Quem define isso não é a Appa. Não é a Administração dos Portos que tem absolutamente nada a ver com esse plano. Quem define essa operação efetivamente é a Capitania dos Portos. Ela é a responsável.Em relação à dragagem, tem duas dragas operando em Paranaguá. A dragagem vai muito bem. A previsão de terminar a dragagem desse contrato é no dia 15 de Julho. Dos três milhões e seiscentos mil metros cúbicos que estão previstos já foram retirados dois milhões e quatrocentos mil metros cúbicos. E, efetivamente, Paranaguá, comparando estatisticamente com relação ao ano passado, já aumentamos em 8% o volume da carga, por exemplo, de soja transportada, exportada por Paranaguá e aumentamos os congelados, ou seja, as cargas dos congelados.Então, quero dizer que antes que haja essa comemoração, deputado Élio Rusch, é bom se informar sempre do que estás acontecendo. Vossa excelência, naturalmente, estava dando uma entrevista à imprensa, não pôde ouvir o que eu disse, aqui, no início, mas vou repetir, aqui, em trinta segundos. Deputado Élio Rusch: o navio estava entrando de forma anômala por um problema que ele teve nos motores, o motor do navio não funcionava. O navio ficou à deriva porque estourou um cabo do rebocador que estava na polpa, à proa não sustentou e havia um vento à nordeste muito forte que levou o navio para um banco de areia, ainda na bóia 2 do Canal da Galheta. Por isso, o Porto de Paranaguá continua sendo, sim, o melhor Porto do nosso País. O Porto opera normalmente e sempre batendo os recordes, bem operado. Sei que têm muitos interesses, principalmente os interesses privados, diria até privativistas, aqueles que trabalham contra os interesses do Porto público, mas não tenho dúvida o Porto tem uma gestão profissional, composta por gente que sabe o que está fazendo. O superintende do Porto, o Daniel Lúcio de Oliveira, é uma pessoa que tem feito uma belíssima gestão, dando continuidade ao trabalho do Eduardo Requião à frente do Porto. Então, deputado Élio Rusch, antes de comemorar, vamos ver o que está acontecendo. E vossa excelência deveria ocupar a tribuna e, sinceramente, dizer: olha, cometi um erro, um equívoco, dei uma informação errada ao povo paranaense, e efetivamente corrigi. Temos que saber o que falamos, porque essa comemoração, essa alegria, deputado Neivo Beraldin, houve uma alegria como se houvesse encalhado um navio no Canal da Galheta, quando, na verdade, deu para demonstrar que a história é bem diferente dessa e efetivamente o Porto opera normalmente.Novecentos e cinqüenta navios já operaram em Paranaguá. Continua o Porto operando normalmente. Aliás, durante duas horas, o Porto não sofreu nenhum tipo de transtorno por causa disso, o tema foi resolvido por quem tem competência, que são os práticos, que operam os rebocadores, e a Capitania dos Portos que tem todo o controle, tem a batimetria, tem tudo em relação à Paranaguá. A dragagem está sendo realizada. Então, nós, na verdade, temos que reconhecer o seguinte: há, de fato, se reconhecer que profissionais estão trabalhando. Nós tivemos recentemente uma decisão favorável do TRF-4 em relação ao terminal do álcool, porque se for para fechar o terminal do álcool tem que fechar todos os outros terminais, embora saiba que especialmente a Catallini gostaria mesmo era de ficar dona daquele terminal de álcool, quem sabe que tem interesses muito poderosos.Deputado Fernando Scanavaca, vossa excelência que foi á tribuna semana passada falar do setor sucroalcooleiro e fez um pronunciamento como se eu fosse um grande inimigo do setor sucroalcooleiro. Quero dizer a vossa excelência que sou contra as condições de trabalho daqueles que são cortadores de cana e que trabalham nas usinas e que temos que mudar as condições de vida desses trabalhadores. A cana deve ser no Paraná um instrumento, é claro, de desenvolvimento econômico em áreas que, na verdade, temos hoje com pasto, que são áreas improdutivas, e, digo, aquelas terras férteis, das terras mais férteis do Paraná, não é possível, sim, reconhecermos, por exemplo, na região de Porecatu. A usina central de Porecatu já está pelo terceiro ano consecutivo sem operar, vai para a terceira safra, estão plantados 30 mil hectares de cana e não se tira nada dessa terra. E temos lá, na verdade, uma área que podia ser muito melhor aproveitada por conta da falta de controle dessa situação. O fato é que temos que fazer funcionar o terminal público de álcool, porque é o interesse da Alcopar que ele funcione para reduzir preço e fazer com que o setor seja competitivo no âmbito do estado do Paraná.Fico feliz de ver Paranaguá registrando já 8% a mais de movimentação de soja, esse ano, em relação ao ano passado neste mesmo período e em relação aos congelados, 30% a mais. E não tem nenhum navio encalhado, nenhum navio encalhou por conta do Canal da Galheta, a nossa dragagem está indo muito bem. Dois terços da dragagem foi realizada, vamos cumprir os prazos, está se trabalhando direito, e efetivamente vamos avançar muito ainda para defender o porto público do Paraná contra o interesse dos privativistas. Parabéns à direção da Appa. Temos que reconhecer que o trabalho está sendo realizado. É isso, senhor presidente, obrigado pela atenção.