A importância dos cuidados preventivos com a visão foi o tema do Grande Expediente durante a sessão plenária desta segunda-feira (24) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Médicos oftalmologistas declararam apoio ao projeto de lei nº 155/2017, do deputado Dr. Batista (PMN), que institui a campanha do “Abril Marrom” no estado, e participaram de homenagens a destacados profissionais que se dedicam a atender a população paranaense.

A proposta em tramitação no Legislativo define o mês de abril para o desenvolvimento de ações que minimizem os efeitos provocados pela perda da visão, com foco especial no glaucoma, a segunda principal causa de cegueira no mundo. De acordo com o deputado Dr. Batista (PMN), a maioria da população não apresenta sintomas de problemas visuais, por isso precisamos “orientar a população a fazer o exame periódico. Detectando a doença no começo, há tratamento. O nosso ‘Abril Marrom’ vai atuar na prevenção, para esclarecer a população sobre o que é o glaucoma e que essa doença leva a cegueira”.

Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo. A estimativa é de que 75% dos casos de cegueira é resultado de causas previsíveis e/ou tratáveis. Para a Organização Mundial da Saúde, oito a cada dez casos de perda de visão poderiam ser evitados se detectados precocemente.

O médico oftalmologista Hamilton Moreira, diretor clínico de uma das instituições mais renomadas da área, afirmou que implantar no Paraná o “Abril Marrom” é um sonho que se torna realidade com o apoio do Legislativo, e relembrou que “o tratamento para o glaucoma é caro e é a única forma de prevenir a cegueira por glaucoma”.

O glaucoma é uma doença que danifica o nervo óptico, responsável por levar as informações da imagem captada pelo olho para o cérebro. As falhas nessa comunicação resultam em pontos cegos na visão e evoluem para a cegueira. “O glaucoma é uma doença que passa despercebida, não dói e vai evoluindo. A pessoa vai perdendo a visão progressivamente, pensa que é por causa da idade e não procura atendimento. Então, a partir do momento em que a pessoa é esclarecida ela vai ficar alerta sobre essa situação”, explicou o médico oftalmologista Ênio Garletti. 

Com 42 anos de expediência, Garletti foi um dos profissionais homenageados com um diploma de menção honrosa pelo trabalho desenvolvido em prol da saúde e do bem-estar da comunidade paranaense e a Comenda do Instituto Professor Moreira. O outro condecorado é o também médico oftalmologista Nobuaqui Hasegawa.

Hasegawa é o fundador do Hoftalon, o maior prestador de serviços oftalmológicos do Paraná pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que realiza mais de 400 mil procedimentos por ano, entre consultas, exames e cirurgias. “O médico tem que se preocupar com a pessoa que tem a doença, independente da sua condição social ou condição econômica. Essa tem que ser a missão do médico. E uma instituição hospitalar também tem como missão atender a todos sem distinção de classe social. Essa é a visão que nós temos. É a forma que tenho para dar sentido à minha vida. A gente tem que dar um sentido maior para a vida da gente e eu como sou médico estou aproveitando a condição de médico para fazer o bem para a população”, destacou Hasegawa.