Representantes de praticamente todas as bancadas usaram da palavra na homenagem à Refinaria Getúlio Vargas (Araucária) na sessão realizada nesta segunda-feira (28) na Assembléia Legislativa. O fato ocorre cerca de uma década após a quebra do monopólio estatal do petróleo, ocorrida no primeiro governo FHC e apoiada pela grande maioria dos partidos e dos deputados federais. A sessão, proposta pela deputada Rosane Ferreira, contou com a presença do gerente geral da refinaria, João Adolfo Oderich, além de outros dirigentes e funcionários da empresa. O líder do PMDB, Waldyr Pugliesi, em uma fala inflamada como de costume, lembrou a luta histórica “o petróleo é nosso”, que há mais de 50 anos culminou com a criação da Petrobrás. Disse que havia e há ainda muitos adversários dessa bandeira. Estabeleceu a relação com a luta contra a privatização da Copel (aprovada pelos deputados durante o governo Jaime Lerner, mas não efetivada). Tadeu Veneri (PT) falou sobre a greve de 40 dias dos petroleiros, em 1995, em defesa não apenas das condições de trabalho mas também do monopólio estatal do petróleo, que FHC viria a quebrar. Discorreu sobre a campanha de mídia feita contra os petroleiros. O líder do PT, Elton Welter, disse que a recém conquistada auto-suficiência em petróleo “nos enche de orgulho”. Mas os partidos de oposição não morderam a isca (as várias iscas). Nas falas de seus representantes, foram banidas a greve e a quebra do monopólio. Da mesma forma, a amnésia também eclipsou a Copel. Chegaram a se referir a refinaria Getúlio Vargas, em cujo mandato presidencial a Petrobrás passou a existir. Cumularam a Petrobrás e sua afiliada Refinaria de Araucária de elogios. E assim, por alguns momentos, “o petróleo é nosso” tornou-se unanimidade.