12/02/2008 18h56 | por
Os deputados de oposição usaram a tribuna da Assembléia na tarde desta terça-feira (12) para rebater o discurso do governador Roberto Requião durante abertura dos trabalhos na Casa. O líder da bancada, deputado Valdir Rossoni (PSDB), lembrou que a obrigação constitucional do governador era a de apresentar projetos para o ano de 2008. “Mais uma vez Requião procurou confundir a opinião pública. Fez um pronunciamento voltado para o passado e demonstrou que o governo segue sem rumo e planejamento. Se preocupou apenas em criticar o governo anterior. O Requião se esquece que o governo anterior é o dele. Ele já está no quinto ano de mandato e já deveria ter feito muito pelo Paraná”, destacou. Rossoni nota que o governador tem lapsos de memória. Por exemplo, quando se esquece de citar um grande e polêmico programa do seu governo. A compra dos 22 mil televisores laranja. “Requião faz boca-de-siri sobre esse assunto porque sabe que essa compra está envolta num mar de lama. Outro fato que o governador esquece de falar para não dar razão à oposição é sobre a compra dos tratores solidários. Nós apontamos um vício na licitação para beneficiar um único fornecedor. Mudaram o edital e compraram com preço 35% mais barato”, assinalou. “Ele (Requião) critica a oposição, mas se o governador tivesse ouvido a Oposição no caso dos televisores, quem sabe não teria gastado 30% a menos na compra?”, indagou. Rossoni questionou ainda a queixa de Requião que se diz vítima de censura. “O que é realmente censura? A decisão do desembargador que determinou que Requião respeitasse a lei e faça uso da educativa como uma TV pública e não como um bem particular; ou ameaçar até de dar petelecos em deputado de oposição que se atreve a falar verdades que não o agradam. Fazer o que quer sem dar espaço para ninguém replicar?” Estado virtual O deputado Marcelo Rangel (PPS) ressaltou que o governador sempre se esquece dos “fiéis escudeiros”. “O governador não agradeceu em nenhum momento os deputados governistas. Eles defenderam o indefensável e foram esquecidos”, citou. “Quando o Requião diz que é muito amigo do general paraguaio Lino Oviedo, mas que apóia o bispo Fernando Lugo, ele deixa claro que abandona os amigos quando o interesse dele é maior”, completou Rangel. O deputado Élio Rusch (DEM) ficou indignado com a fantasia apresentada por Requião. “O administrador tem que olhar pra frente e não para trás. Pelas palavras do governador, o Paraná são dois estados. Um estado virtual em que vive o Requião, onde tudo é perfeito, e o outro o estado real que a sociedade vive no seu dia-a-dia, com seus problemas na área da segurança, da saúde, da infra-estrutura, na área da educação e social”. “É por essa razão que não poderia deixar passar em branco. Acho que o governador foi infeliz. Ele citou que as rodovias estavam precárias e hoje estão lisinhas. Lisinhas porque o pedágio recuperou. As rodovias estaduais, o tapa-buraco que fizeram não resolveu, continuam com os mesmos buracos e aumentando cada vez mais”, concluiu. “Se o Paraná está tão bem governado como o governador falou, com certeza ele teria ganhado a eleição por uma larga diferença e não por 10 mil votos. Não sei qual estado da federação possa estar numa situação tão expressiva e tão importante quanto a que ele apresentou”, disse o líder do Democratas, deputado Plauto Miró Guimarães.