Pisseti Confessa Irregularidades Mas Recusa Quebra de Sigilo

11/03/2008 18h07 | por Sonia Maschke / Jaime Santorsula Martins / 41 3350-4193 / MATÉRIA DE RESPONSABILIDADE DO GABINETE DA LIDERANÇA DA OPOSIÇÃO
Foi marcada pelo tumulto a reunião do secretário de Comunicação, Aírton Pisseti, com os deputados na Assembléia na manhã desta terça-feira (11). Pisseti compareceu à Assembléia para explicar suas constantes viagens ao Paraguai onde trabalha na campanha do ex-bispo Fernando Lugo, candidato à Presidência daquele país. A sessão foi presidida pelo deputado Marcelo Rangel (PPS), presidente da Comissão de Comunicação. Para o líder da Oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), Pisseti “confessou para os deputados alguns dos crimes cometidos. Contra o Estatuto do Servidor Público, por exemplo. E comprometeu o governador Roberto Requião, que estava ciente e anuiu. Com isso, Requião corre o risco de ser incurso em crime de prevaricação”. Para os oposicionistas, o tumulto na sessão foi protagonizado pelos deputados da bancada da situação, que inviabilizaram a continuidade dos questionamentos com infindáveis questões de ordem, depois que a oposição propôs a quebra do sigilo bancário de Pisseti. “Um clima de histeria tomou conta dos deputados do governo com tal descontrole que foi impossível prosseguir”, disse Rossoni. “Eu propus ao secretário que comprovasse de onde ele sacou os recursos para viajar ao Paraguai. Se ele sacou da sua conta, por que não revelar? O desequilíbrio dos deputados do governo demonstra que eles têm muito a esconder”, observa Rossoni. “Há despesas realizadas pela Secretaria de Comunicação através de cartão corporativo em datas que coincidem com aquelas em que Pissetti afirmou que esteve no Paraguai. Os deputados não puderam questionar os valores”, observa Rossoni. “Se ele quisesse mesmo esclarecer, concordaria em abrir os extratos bancários. Assim, comprovaria que sacou os recursos da sua conta e não do Tesouro do Estado”, prossegue. “A blindagem fornecida pela bancada governista ao secretário Pisseti não deixa outra alternativa à bancada da oposição que a de recorrer a Justiça”, diz Rossoni. “Esse secretário tem que ser demitido, ele incorreu em crime de responsabilidade. Pisseti é réu confesso. Ganha R$ 12 mil por mês, passa 26 dias úteis no Paraguai trabalhando numa campanha política de outro país. Depois de descoberto tenta tapar o sol com a peneira ressarcindo o erário. O secretário cometeu delitos e terá de responder por eles”, concluiu. Os advogados da Oposição vão analisar as declarações e os documentos apresentados por Pisseti durante a oitiva desta terça-feira para decidir quais medidas serão tomadas. Reembolso O deputado Marcelo Rangel (PPS) questionou o secretário quanto à “boa vontade” em devolver os valores ao erário. “O secretário admitiu que só está efetuando o ressarcimento por causa da pressão dos deputados. Ele considerou injusto ter que devolver essa quantia”, relatou Rangel.“Ele não está devolvendo tudo o que deve ao povo paranaense. Ele está considerando dezessete dias para ser reembolsado. Pelas nossas contas foram 26”.A comprovação de que a devolução de valores só ocorreu após os questionamentos dos deputados se dá com o ressarcimento dos valores gastos com ligações telefônicas, efetivado no último dia 3. O reembolso do salário, pelos dias que o secretário se ausentou dos serviços prestados à Secretaria de Comunicação, ainda não foi efetivado. Rangel afirmou ainda que Pisseti não admitiu que usou cartões corporativos nas viagens ao exterior, “mas pela relação das viagens apresentadas o cartão foi utilizado sim”. Segundo o parlamentar o secretário viajou nos dias 15 e 23 de janeiro para Assunção com despesas pagas com cartão próprio. “O problema está na volta. Nos dias 17 e 25 de janeiro o secretário retornou via Foz do Iguaçu com diárias (alimentação, pousada e passagem) pagas com o cartão corporativo dele”, denunciou Rangel. Decreto No depoimento, segundo o deputado Douglas Fabrício (PPS), o secretário Pisseti confessou que utilizou na campanha paraguaia a estrutura do governo do Paraná e viajou e permaneceu no Paraguai em dias úteis. “Com isso ele desrespeitou o que rege o decreto 879/05 assinado pelo governador Roberto Requião e também o estatuto do servidor. A alegação do secretário é a de que estaria em viagem de caráter pessoal e não missão oficial. Isso não se sustenta. Qualquer ausência de um secretário tem que ser autorizada pelo governador”, ressaltou Douglas.

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