Prejuízos no Porto de Paranaguá podem chegar a R$ 20 bilhões, segundo Fayet

06/10/2011 15h29 | por Thaís Faccio
Deputados integrantes da CPI dos Portos ouvem economista Luiz Antonio Fayet

Deputados integrantes da CPI dos Portos ouvem economista Luiz Antonio Fayet Créditos: Nani Gois/Alep

Deputados integrantes da CPI dos Portos ouvem economista Luiz Antonio Fayet
“Os prejuízos com a ineficiência operacional no Porto de Paranaguá podem chegar a 20 bilhões de reais nos últimos oito anos. E posso estar errando para baixo, não para cima”, disse o economista Luiz Antônio Fayet, nesta quinta-feira (6), na Assembleia Legislativa, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades na administração dos portos de Paranaguá e Antonina.

Fayet, que é membro do Conselho da Autoridade Portuária (CAP) de Paranaguá e consultor em logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirmou que o que ocorreu com o Porto de Paranaguá nos últimos anos foi “uma lesão dramática para a economia e a renda do Paraná”.

Crítico das últimas administrações dos Portos de Antonina e Paranaguá (Appa), Fayet reiterou denúncias de irregularidades feitas por ele nos últimos anos. “Lamentavelmente não vou trazer nada de novo. Estou reafirmando e reapresentando as mesmas denúncias que venho fazendo há anos e que parece que foram varridas para debaixo do tapete”. Entre as irregularidades apontadas por ele estão problemas administrativos; desvio de mercadorias; licitações malfeitas; conflitos com empresas de fiscalização como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o Ibama; diminuição do volume exportado; ineficiência operacional; entre outras.

Sucateamento – “O porto está sucateado. Hoje a capacidade de embarque é de 1,2 mil toneladas por hora, enquanto que em portos como os de Santos e de Vitória a capacidade é de 2,5 mil toneladas/hora”, disse. Ainda segundo Fayet, o porto paranaense possui a maior capacidade de armazenagem, com 1,1 milhão de toneladas, contra 600 a 700 mil do porto de Santos, mas não utiliza essa capacidade.

“Na década passada o Porto de Paranaguá era tido como um dos melhores do mundo, mas desde 2002 ele perdeu eficiência, ficou mais caro e mais inseguro”, disse. O depoente também falou de um suposto esquema de pagamento de propinas, que funcionava em Paranaguá. “Empresas que tentaram denunciar a prática acabaram sendo perseguidas e algumas até tiveram que deixaram de operar”, comentou. “Portos eficientes, seguros e sérios produzem relações comercias seguras”, completou.

Documentos – Luiz Antônio Fayet, que também já foi deputado federal, sugeriu aos membros da CPI que solicitem os pareceres das auditorias realizadas nos portos pela Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas do Paraná e Tribunal de Contas da União; Antaq; entre outras entidades de fiscalização. “As fiscalizações foram feitas? Quais medidas foram adotadas? As denúncias foram apuradas?”, indagou.

A sugestão foi acatada pelo presidente da CPI, deputado estadual Douglas Fabrício (PPS). “Vamos encaminhar ofícios aos órgãos fiscalizadores cobrando as medidas que foram adotadas após o recebimento das denúncias”, disse o deputado, que fez questão de afirmar que a meta da CPI “não é fazer uma caça às bruxas, mas sim apontar os erros e sugerir soluções”.

Ao final do seu depoimento, Fayet também apontou soluções. “Uma reestruturação das instalações, obras no cais e nos berços. Respeito às licitações e às leis ambientais, além de um plano de obras e logística, podem contribuir para um salto qualitativo no porto”, pontuou. Participaram da reunião os deputados Pedro Lupion (DEM), Evandro Junior (PSDB) e Ademir Bier (PMDB).

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