Uma reunião organizada pela Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) debateu com o secretário de Estado da Saúde (SESA), Beto Preto, formas de o Governo do Estado continuar proporcionando atendimento humanizado às mulheres vítimas de violência sexual. O encontro, realizado nesta segunda-feira (30), contou com a participação de representantes do Instituto Médico-Legal, da Coordenadoria da Delegacia da Mulher (CODEM) e do Conselho Estadual da Mulher.
Na reunião, Beto Preto manifestou a disposição do Governo de implementar um programa de treinamento, em conjunto com o IML, direcionado aos médicos da rede pública com o objetivo de ampliar as ações desenvolvidas pelo Programa de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência.
“Precisamos desse treinamento para estender esse atendimento humanizado e qualificado às vítimas de violência sexual e doméstica para todos os municípios do Paraná”, afirmou a deputada Cristina Silvestri (Cidadania), procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, relembrando a necessidade de se estender os protocolos de atendimento e a ampliação deste programa para todas as regiões.
O secretário Beto Preto disse que com esse treinamento, que deverá ser feito em conjunto com os especialistas do IML, há a possibilidade de ampliar a atuação da Saúde. “Vamos ampliar essa rede de atendimento, otimizando os recursos”, frisou.
A deputada Mabel Canto (PSC), que também participou da audiência, ressaltou a importância do atendimento humanizado num momento de fragilidade da mulher. Aspecto reforçado, igualmente, pelas deputadas Cantora Mara Lima (PSC) e Luciana Rafagnin (PT), presentes na audiência, quando foram analisados vários pontos do programa, o fluxograma dos atendimentos, à agilização dos encaminhamentos e discutida a importância de medidas que cheguem a todas as regiões paranaenses.
Ocorrências – A deputada Cristina Silvestri explicou que a Procuradoria da Mulher vem atuando para aperfeiçoar os protocolos de atendimento e ampliar a ação do programa, com o objetivo de mudar essa trágica realidade.
“É um grave problema social e precisamos enfrentá-lo”, acrescentou. Dados apresentados pela SESA durante o encontro revelam que 80% dos casos de violência (interpessoal e autoprovocada) com vítimas femininas registrados no Paraná tem como porta de entrada a rede hospitalar. A maioria das ocorrências são registradas no interior das residências (80%) e 43% são reincidentes.
“Essas mulheres estão morrendo e não temos nem notificações”, alertou a desembargadora Lenice Bodstein coordenadora da Coordenação Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID).
Também participam da reunião a delegada Márcia Marcondes, chefe da Coordenadoria da Delegacia da Mulher (CODEM); o médico Aldo Pesarini, diretor-geral do Instituto Médico Legal (IML); Alexandre Mikos, chefe Administrativo do (IML); Moisés Alves Nunes, diretor administrativo do IML; Maria Isabel Corrêa, do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e da União Brasileira de Mulheres; e a superintendente de Atenção à Saúde, Maria Goretti David Lopes, da SESA.