Programação intensa encerra o Seminário Paranaense de Ciclomobilidade e Cicloturismo O segundo dia de evento debateu infraestrutura urbana para bicicletas, mostrou experiências dos municípios paranaenses e abordou o Cicloturismo e desenvolvimento sustentável.

29/09/2023 18h02 | por Antônio Dilay
Segundo dia da 1ª Edição do ParanáBici movimentou o Plenário da Casa ao longo de toda esta sexta-feira (29).

Segundo dia da 1ª Edição do ParanáBici movimentou o Plenário da Casa ao longo de toda esta sexta-feira (29).Créditos: Valdir Amaral/Alep

Segundo dia da 1ª Edição do ParanáBici movimentou o Plenário da Casa ao longo de toda esta sexta-feira (29).

Segundo dia da 1ª Edição do ParanáBici movimentou o Plenário da Casa ao longo de toda esta sexta-feira (29).Créditos: Valdir Amaral/Alep

Segundo dia da 1ª Edição do ParanáBici movimentou o Plenário da Casa ao longo de toda esta sexta-feira (29).

A Assembleia Legislativa do Paraná sediou nesta sexta-feira (29), no Plenário, o segundo dia da primeira edição do Seminário Paranaense de Ciclomobilidade e Cicloturismo - o ParanáBici. O evento promoveu um coletivo de palestras, painéis, conferências e troca de conhecimentos técnicos sobre mobilidade urbana e desenvolvimento sustentável com base nos modelos de sucesso de planejamento urbanístico.

Organizado pelo deputado Goura (PDT), o Consulado Honorário dos Países Baixos em Curitiba, a Escola de Gestão do Estado do Paraná e a Escola do Legislativo da Assembleia, o ParanáBici contou com a participação de profissionais técnicos de todo o Estado que atuam na área de urbanismo, trânsito, meio ambiente e gestão pública, além de pesquisadores, estudantes e público interessado no tema.

Neste segundo dia, foram apresentados casos de sucesso e dados estatísticos de diversos municípios do estado, apontando as diferenças comparativas de políticas públicas nas gestões municipais voltadas à ciclomobilidade e ao cicloturismo.

Manhã

No período da manhã a mesa ficou composta pelo anfitrião e proponente do seminário, deputado Goura (PDT); o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, o prefeito de Antonina, José Paulo Vieira Azim; a secretária municipal de Serviços urbanos de Paranaguá, senhora Christianara Folkuenig; a gerente de Projetos de Mobilidade e Acessibilidade da Secretaria de Mobilidade Urbana de Maringá, senhora Elise Savi; a gerente de Projetos Viários no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina, senhora Cristiane Biazzono Dutra; a diretora de Planejamento urbano de Pinhais, senhora Yoná Lemos Ruthes; o chefe de Engenharia de Tráfego de São José dos Pinhais, Luiz Calhau; a fundadora e CEO da Incorporadora Weefor e Instituto WF, senhora Maria Eugênia Fornea; a bióloga, ciclista e empreendedora, senhora Galiana Lindoso e o diretor presidente do instituto Transporte Ativo Rio de Janeiro, senhor José Lobo.

O deputado Goura comentou sobre o segundo dia do Seminário e fez um balanço do evento. “ Pela manhã, hoje tivemos a apresentação de 10 experiências bem-sucedidas que já estão acontecendo o estado do Paraná e a tarde assistimos outra palestra sobre o desenvolvimento sustentável e o cicloturismo. Foi muito bacana constatar que em muitos municípios do nosso estado estão se concretizando boas iniciativas. Ainda temos muito para pedalar, mas vemos que as coisas estão mudando. Há 10 anos atrás, não tínhamos condições de imaginar um evento como este, não víamos orçamentos municipais e do estado garantido para infraestrutura cicloviária. Queremos que cada vez mais a bicicleta seja vista pelos gestores públicos para a economia das cidades”.

“Em Curitiba, não podemos deixar de observar a necessidade da integração da Capital com a Região Metropolitana, temos um núcleo urbano central composto de 14 municípios e precisamos ter políticas de mobilidade urbana integradas. As coisas aqui andam ainda um pouco devagar. Por ser a capital do estado, esperava-se que fosse o exemplo norteador, deveria liderar um processo que se espalha para outros municípios. A minha visão é um tanto crítica, porque a gente sempre tem vontade que as coisas aconteçam de forma mais rápida, nós gostaríamos de ter as cidades do Paraná, a partir da nossa Capital, sendo locais onde os pais possam deixar seus filhos irem à escola de bicicleta, onde os trabalhadores possam se locomover de bicicleta, onde a bicicleta seja vista como um instrumento de lazer, mas também como um instrumento de mobilidade urbana. Quanto mais pessoa andarem de bicicleta é melhor para o trânsito, para o meio ambiente, para a promoção da saúde, então acho que temos ainda muito o que avançar”, sentenciou o deputado Goura.

A secretária municipal de Serviços Urbanos de Paranaguá, senhora Christianara Folkuenig, contou sobre os avanços da ciclomobilidade do município, conhecido como a cidade que tem o maior número de bicicletas no estado, mas com uma malha cicloviária de 43,4 km e uma projeção de ampliar para 133,9 km nos próximos anos.

A gerente de Projetos de Mobilidade e Acessibilidade da Secretaria de Mobilidade Urbana de Maringá, senhora Elise Savi, destacou que até 2009 o município tinha apenas 18 km de ciclovias, mas após a realização do Plano Municipal de Mobilidade Urbana, já está com mais 30 km de ciclovias e ciclofaixas implantadas, com 1322 vagas (paraciclos) implantadas.

A gerente de Projetos Viários no Instituto de Pesquisa e Planejamento de Londrina, Cristiane Biazzono Dutra, contou que a primeira tarefa realizada foi a identificação do perfil do ciclista e a lista das vias mais utilizadas e assim foi possível desenvolver um plano de mobilidade. Ressaltou, ainda, a lei municipal onde exige que novos projetos de loteamentos contemplem infraestruturas de ciclomobilidade.

O prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, explicou que, por ser um município litorâneo pequeno as distâncias são curtas e 40% da população tem na bicicleta o seu principal meio de transporte e que a grande diferença foi a realização e implantação do Plano Municipal de Mobilidade Urbana que normatizou as ações da Prefeitura sobre o tema.

Já o prefeito Zé Paulo, de Antonina, contou que mais de 40% da população usa a bicicleta como meio de transporte, especialmente em razão dos trabalhadores do porto e do grande fluxo de turistas. O município está na Rota Caiçara do Cicloturismo que prevê uma extensão de 400 km passando por Antonina.

A bióloga, ciclista, montanhista e empreendedora, senhora Galiana Lindoso, discorreu sobre um monitoramento feito de forma ininterrupta na Avenida Mariano Torres, no cento de Curitiba, que apontou um fluxo de ciclistas de 19.657 em duas semanas, com 54 ciclistas/hora, destacando que “é indispensável para a gestão da mobilidade urbana, conhecer o comportamento do ciclista e sua evolução no tempo”.

O chefe de Engenharia de Tráfego de São José dos Pinhais, Luiz Calhau, pontuou que o município ainda não tem um Plano de Mobilidade Urbana, mas muitas obras já foram feitas e muitas outras estão em projetos, como as conexões com outros municípios da Região Metropolitana, em especial Curitiba, assim como a especialização de infraestruturas de ciclomobilidade na rota turística do Circuito do Vinho.

Para a diretora de Planejamento Urbano de Pinhais, Yoná Lemos Ruthes, entre 2020 e 2022 o município, que é o menor do estado com apenas 60 km², elaborou seu Plano de Mobilidade Urbana que forneceu dados reais para se poder planejar as ações necessárias de ciclomobilidade e a integração da Ciclorrota das Nascentes do Iguaçu.

A fundadora e CEO da Incorporadora Weefor e Instituto WF, Maria Eugenia Fornea discorreu sobre os trabalhos de construção de bicicletários nos terminais de municípios da Região Metropolitana para fomentar a intermodalidade que ainda está insipiente na integração destes municípios com a Capital. “São micro atitudes que podem impactar e transformar o meio urbano”.

A palestra magna da manhã foi proferida pelo consultor especializado na promoção do uso da bicicleta no Instituto Mobilidade Ativa do Rio de Janeiro, José Lobo, com o tema Infraestrutura urbana para bicicleta: rumo ao transporte sustentável. “A ideia da minha participação neste Seminário, foi a de mostrar as possibilidades que existem na cidade, como é possível trazer a bicicleta para complementar a rede de transporte público. Como integrar todos estes modais de transporte para que a cidade ofereça mais opções, disponibilizando ao cidadão todas estas opções de forma igualitária. Então a intenção foi mostrar experiências pelo mundo, os caminhos que as cidades foram trilhando até chegar no ponto que estão hoje para que possamos seguir bons exemplos e evitar maus exemplos”.

Período da tarde – primeira parte

No período da tarde, a mesa ficou composta pelo anfitrião e proponente do seminário, deputado Goura (PDT); a coordenadora de gestão e sustentabilidade da secretaria de estado de Turismo do Paraná, senhora Anna Carolina Vargas de Faria; prefeito de Piraquara, Josimar Froés; o arquiteto e urbanista da Itaipu Binacional, Henrique Gazzola; o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo dos Campos Gerais (ADETUR), Guilherme Forbeck, gerente de projetos da Lobi Ciclotur, Ivan Mendes; diretora de projetos na Secretaria de Planejamento Urbano  de Cambé, Camila Silva; coordenadora do Ciclorrotas de Ribeirão Claro, Marina Paschoal Lima e o cicloativista Fabio Rosa do Circuito do Vale do Ivaí.

O diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo dos Campos Gerais (ADETUR), Guilherme Forbeck apresentou os projetos Caminhos do Peabiru e Caminho da Escarpa Devoniana como partes integrantes da Rede Nacional das Trilhas de Longo Curso. Estes dois caminhos são segmentos regionais que integram as trilhas nacionais que visão a conectividade entre unidades de conservação.

A coordenadora de gestão e sustentabilidade da secretaria de estado de Turismo do Paraná, senhora Anna Carolina Vargas de Faria explicou como que os municípios podem organizar e fomentar uma ciclorrota em seus territórios. Informou que a Secretaria de Turismo disponibiliza o Manual de Planejamento de Rotas de Cicloturismo como material orientativo para que o Poder Público Municipal consiga estruturar políticas de fomento ao cicloturismo. Comentou que em pesquisa realizada sobre o perfil do cicloturista aponta que 92% dos cicloturistas brasileiros organizam suas viagens por organização própria, ou seja, de forma autoguiada, por isso é preciso que as ciclorrotas tenham estrutura de apoio, sinalização adequada e cicloparadas para atender este perfil específico de turistas.

O arquiteto e urbanista da Itaipu Binacional, Henrique Gazzola explicou que a partir da Fundação Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), em conjunto com a prefeitura de Foz do Iguaçu foi desenvolvido o Plano de Mobilidade Urbana do município que previu uma rede cicloviária que, em 2023 já contém 57 km de ciclovias e ciclofaixas. Também foi apontado que se encontra em estudo uma ciclorrota entre Cascavel e Foz do Iguaçu, margeando o Parque Nacional do Iguaçu em uma rota de 220 KM.

O prefeito de Piraquara, Josimar Froés informou que o município está em processo de construção de seu novo Plano Diretor irá contemplar a Ciclorrota Nascentes do Iguaçu. Destacou ainda que a cidade tem enorme potencial turístico que propicia o uso da bicicleta.

O gerente de projetos da Lobi Ciclotur, Ivan Mendes apresentou o cicloturismo autoguiado e afirmou que “embora, ainda pouco difundido no Brasil, os caminhos autoguiados proporcionam ao ciclista a liberdade de explorar territórios no seu próprio ritmo e desta maneira, descobrir joias escondidas que você nunca teria visto em um turismo tradicional”.

A diretora de projetos na Secretaria de Planejamento Urbano de Cambé e representante da Associação Mobilidade Urbana de Londrina, Camila Silva apresentou o Circuito urbano Pé Vermelho que desde 2021 ficou estabelecido como lei municipal. “A ideia é fomentar a experiência de pedalar dentro da urbe para construir cidade mais resilientes e mais humanas’.

A coordenadora do Ciclorrotas Ribeirão Claro, Marina Paschoal Lima, apresentou o Ciclo Turismo Agro Cultural par mostrar a produção agroecológica da região e aproximar o turista da natureza, assim como, desenvolver atividades de ações para conservação e recuperação ambienta e o empresário e cicloativista Fabio Rosa apresentou a Rota Cicloturística Vale do Ivaí.

Período da tarde – segunda parte

Na última parte do Seminário foi composta a última mesa do evento com a permanência do anfitrião e proponente do seminário, deputado Goura (PDT); o presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos (AMEP) Gilson Santos; a professora e idealizadora do projeto Vou de Bike e Salto Alto, Viviane Mendonça; a jornalista e cicloativista Renata Falzoni; o coordenador do programa Ciclovida da UFPR, José Belotto; o professor do curso de Gestão do Turismo da UTFPR Litoral, senhor José Pedro; o arquiteto, empresário e cicloturista Jordi Badia; bióloga e idealizadora do Iguaçu By Bike, senhora Bruna Stecckling.

O professor da UTFPR e artesão Fabiano Ostapivi explicou sobre a cadeia produtiva do bambu e explicou que é a terceira planta de maior reflorestamento do mundo. Durante o Seminário foram expostas no pátio da Assembleia, bicicletas feitas de bambu.

O presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos (AMEP) Gilson Santos declarou que as ações do cicloturismo são de total apoio a Agência e informou que está em desenvolvimento o Plano Diretor da Região Metropolitana que irá contemplar a modal bicicleta no debate.

Os professores José Belotto e José Pedro, apresentaram o projeto Ciclo Vida da UTFPR. Belotto explicou que o projeto funciona como um núcleo irradiador da cultura de mobilidade urbana saudável e sustentável. Um dos programas desenvolvidos é a Rota Caiçara de Cicloturismo.

O empresário e cicloturista Jordi Badia apresentou o circuito de 230 km ao redor de Curitiba chamado de Anel do Pinhão, a bióloga Bruna Stecckling apresentou o circuito Iguaçu By Bike e a professora Viviane Mendonça apresentou o projeto Vou de Bike e Salto Alto.

Por fim, a jornalista e cicloativista Renata Falzoni palestrou sobre o “Cicloturismo e desenvolvimento sustentável local: rumo às economias neutras para o clima” que apontou iniciativas que promovem resultados positivos para o ecossistema de mobilidade do país.

 

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