“Quando o governo do neoliberalismo econômico do PSDB e do senhor Fernando Henrique Cardoso privatizou a Companhia Vale do Rio Doce, não tinha a menor idéia da tragédia que isto representaria na história da nação brasileira”. A declaração é do deputado estadual Waldyr Pugliesi, líder do PMDB na Assembléia Legislativa, em artigo para o jornal Comunicação produzido pelos estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR).Pugliesi aproveitou o manifesto para convocar a população a votar pela anulação do leilão que privatizou a Companhia. “Hoje, passados 10 anos daquela manobra sorrateira, em que a empresa foi doada ao capital especulativo, os brasileiros terão oportunidade de dizer que não concordaram com a venda”, destacou. O plebiscito será realizado durante a semana da pátria (de 1º a 7 de setembro) em locais de grande circulação popular.A Companhia Vale do Rio Doce foi criada pelo governo federal em 1º de junho de 1942, para garantir ao Brasil uma participação no promissor mercado internacional do minério. No decorrer dos anos, a companhia cresceu ao ponto de tornar o país referência internacional. “Isto, porém não foi suficiente para convencer os privatistas que a venda iria dilapidar o patrimônio público brasileiro”, lembra Pugliesi.O líder do PMDB afirma que a “tragédia da licitação para a economia brasileira está muito longe de ser totalizada”. Ele destaca os números envolvendo a produção da companhia na atualidade. De acordo com Pugliesi, o lucro líquido da Vale do Rio Doce no primeiro semestre de 2007 chegou a US$ 2,2 bilhões (mais de R$ 4,4 bilhões). O valor é o dobro do faturamento no mesmo período de 2006, acima de US$ 1,1 bilhão (R$ 2,2 bilhões). PREJUÍZO – Pugliesi lembra ainda o montante recebido pelo governo federal (US$ 3,3 bilhões) pela privatização da empresa. “Este valor, o consórcio vencedor tirou em menos de um ano de atividade, uma vez que havia grande soma de dinheiro em produtos que estavam armazenados e prontos para serem comercializados”.De acordo com o deputado, não é necessário ir muito longe para verificar os efeitos nefastos do que foi neoliberalismo econômico. “A política das privatizações também provocou grandes prejuízos ao povo do Paraná. Quem não lembra da venda do Banestado e seus malefícios que perduram até hoje? Por muito pouco o desgoverno do senhor Jaime Lerner não deu a Copel e a Sanepar para o capital estrangeiro”.Ele citou ainda o caso da Ferroeste, entregue por Lerner à Ferropar por pouco mais de R$ 25 milhões. A ferrovia foi construída pelo Estado durante o primeiro governo Requião, de 1991 a 1994, ao custo de U$ 363 milhões. “Este crime felizmente foi desfeito pela justiça no final do ano passado e a companhia ferroviária voltou a ser pública”, completou Pugliesi. A íntegra do artigo está no site www.jornalcomunicacao.ufpr.br.Foto: Nani Gois