O deputado Marcelo Rangel acusou ontem que a maior censura ao telespectador da TV Educativa do Paraná foi imposta pelo governador Roberto Requião que, não querendo acatar decisão judicial, resolveu tirar do ar o canal público. “Se ele reclama que não tem liberdade de expressão, sentenciou com o fechamento da emissora o telespectador da TV Educativa a uma censura ainda mais rigorosa da qual se diz vítima”, frisou Rangel.O deputado lembrou que o ato do governador foi tão agudo quanto ao decretado pelo ditador venezuelano Hugo Chavez que negou a renovação de concessão ao canal RCTV. O deputado não entra no mérito da decisão do desembargador do TRF, Edgar Lippmann Junior e do uso político da emissora pública, mas fez questão de enfatizar o seu descontentamento, como cidadão, de ver uma emissora do povo ser lacrada em suas transmissões por força de um ato isolado, impensado e inconseqüente. “Os cidadãos, não têm nada a ver com o desenlace político que se transformou a disputa entre Ministério Público e o governador do Paraná”.O deputado considerou também que se Requião tinha qualquer razão diante do ocorrido, “caiu por terra sua argumentação quando, numa decisão autoritária e arbitrária, mandou tirar do ar a emissora dos paranaenses”. O presidente da Comissão de Comunicação da Assembléia lembrou que “as leis existem para ser cumpridas e as regras de liberdade de expressão não podem extrapolar as normas do convívio social e quando destempero supera a razão, voltamos aos tempos da escravidão ditatorial”. Mas lembrou também que a maior vítima de todo o processo dessa discussão está sendo o povo paranaense que deixou de ter a sua liberdade de escolha. E quando um ato ditatorial censura o povo este não pode ser um bom exemplo. Ditadura nunca mais!”, advertiu Rangel.