Mais de dois milhões de toneladas poderão deixar de embarcar em 2008 por Paranaguá com a nova redução do calado dos navios prevista pela Capitania dos Portos. A previsão é alarmante, caso o governo não tome medidas urgentes para dragar corretamente o Canal da Galheta. A declaração é do deputado Valdir Rossoni, que fez cálculos com base em informações do governo do Estado. A Capitania dos Portos prevê que o calado permitido passe de 11,89 metros para 11,30 metros. “O governo informa que 11,2% dos navios atracados nos portos paranaenses em 2007 necessitaram de um calado superior a 11,30 metros. Se no ano passado atracaram 2.249 navios, 247 navios tem calado superior ao permitido. Então, cada navio deixará de carregar 8,5 mil toneladas” informou Rossoni. O deputado explicou que a redução prevista pela Capitania dos Portos será de 4 pés e que cada pé corresponde a aproximadamente 2.135 toneladas. São 8.540 toneladas a menos que cada navio terá que carregar. “Calculando que, em média, 247 navios terão que diminuir a carga para não ultrapassar o calado permitido, o total de grãos que deixará de ser exportado por Paranaguá, é de 2,1 milhões de toneladas”. “Se o superintendente do porto não tomar providências com a máxima urgência, os grãos não serão mais transportados em caminhões e sim em kombis”, ironizou Rossoni alertou também para o valor do frete que terá que ser pago integralmente, mesmo com carga menor. Cada navio transporta em média 60 mil toneladas e o custo do frete por tonelada é de aproximadamente 100 dólares. “Se o navio sairá com uma média de 8,5 mil toneladas e menos, serão 850 mil dólares pagos de frete sem aproveitamento de carga. Considerando os 247 navios que terão diminuição na carga, esse valor atinge a cifra de 210 milhões de dólares.”. AçãoO deputado Valdir Rossoni impetrou uma ação popular para impedir que o edital de licitação da dragagem fosse mantido. Segundo ele, há várias irregularidades no edital o que inviabilizaria a dragagem, não só pelos custos, mas também na questão ambiental.Rossoni ressalta que não é contra a dragagem e sim favorável a um processo transparente e dentro das normas legais.Nos próximos dias o deputado protocolará uma nova ação judicial (Ação de Obrigação de Fazer). Desta vez o objetivo é obrigar o Governo do Estado a realizar a dragagem do Canal da Galheta respeitando todos os preceitos legais.