O deputado Valdir Rossoni (PSDB), líder da oposição na Assembléia Legislativa, disse nesta sexta-feira (8) que a perda do mando do Paraná sobre os portos de Paranaguá e Antonina - que pode acontecer a partir do Decreto Legislativo aprovado pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira - é o coroamento lógico de uma política sistemática de desmandos, temeridades e desrespeitos à lei, que vem sendo adotada pela administração portuária sob o comando do governador Roberto Requião.O deputado lembrou que a CPI dos Portos na Assembléia levantou um grande número de irregularidades no Porto de Paranaguá, que ele próprio subiu várias vezes à tribuna para alertar o governador para os riscos e os prejuízos que o Paraná e seu Porto estavam correndo. Em nenhum momento, destaca Rossoni, o governo do Estado revelou ser sensível a este tipo de aviso. Ao contrário, qualquer crítica sempre era classificada como manifestação de interesses da “direita” desejosa de “privatizar o porto”.Segundo Rossoni, utilizando argumentos de fundo ideológico, o governo Requião tentou transformar Paranaguá em uma “ilha” onde as leis brasileiras não têm valor. Foi assim, destaca o deputado, com a bizarra polêmica da soja transgênica. Mesmo depois de liberado no Brasil por lei federal, esse tipo de grão continuou proibido de ser embarcado no Paraná. Essa política insana, diz o deputado, produziu prejuízos incalculáveis para o Estado e para o seu porto. Paranaguá perdeu carga, perdeu conceito internacional, perdeu posições no ranking dos portos. Deixou de ser o maior porto graneleiro do país. Os prejuízos financeiros dessa política podem ter ultrapassado – segundo levantamentos produzidos pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná - a marca assustadora de 1,5 bilhão de dólares.É preciso reconhecer, diz o deputado, que ao colocar o Paraná sob o risco de perder o controle dos seus portos, o governador Roberto Requião nada mais faz do que colher o que plantou. Valdir Rossoni foi irônico ao dizer que o único “sucesso” que pode ser creditado a gestão Requião no Porto de Paranaguá se dá pelos motivos errados. Sob o comando do psicanalista Eduardo Requião, irmão do governador, as filas quilométricas que congestionavam o terminal de embarque de Paranaguá reduziram, diz o líder da oposição. Mas esse resultado não se deve a racionalização ou aumento da eficácia do sistema, destaca Rossoni, mas apenas porque as cargas passaram a ser embarcadas nos portos de São Paulo e Santa Catarina.