O deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) pedirá ao Ministério Público que volte a acompanhar a denúncia de desvio de recursos públicos que supostamente atenderam integrantes da campanha de Beto Richa na disputa eleitoral de 2002. Conforme ação proposta pela Procuradoria Geral do Estado, o empresário Darci Fanti declarou que recebeu R$ 10 milhões do DER pela execução de serviços inexistentes e repassou o dinheiro ao comando da campanha tucana. O governador Roberto Requião já havia denunciado o esquema e o assunto voltou à baila nesta terça-feira (13) na escola de governo - o que provocou destemperos dos envolvidos na denúncia.Romanelli disse que não ficou surpreso com as reações nervosas do deputado estadual Valdir Rossoni e com as bravatas de Beto Richa, mas esperava que eles dessem algumas explicações sobre as denúncias. “Ao invés de esclarecerem a opinião pública tentam mudar de assunto e atacar um governo reconhecidamente probo e que responde a qualquer indício de irregularidade com investigações”, disse. “Eles tentam levantar uma cortina de fumaça com ataques pessoais, bravatas e esta história de compra de televisores, que foi realizada através de pregão eletrônico, que é uma das formas mais transparentes de licitação”, afirmou Romanelli. O que toda a sociedade espera, segundo Romanelli, é que todas as denúncias de desvios de dinheiro do povo do Paraná sejam esclarecidas. “Nosso governo tem agido assim, Esperamos que a oposição faça o mesmo. Há pontos que precisam ser esclarecidos, a saber: quem ficou com esse dinheiro e por que pagaram uma quantia que não tinha nenhuma razão de ser paga de obra já executada? E também somente através do rastreamento desse dinheiro que vamos saber como se financiam parte das campanhas no Paraná”, disse Romanelli.Denúncia – O desvio de recursos públicos para a campanha tucana em 2002 voltou à baila nesta terça-feira (13). O governador Roberto Requião contou aos presentes na escola de governo que um oficial de justiça o esperava para intimá-lo numa ação civil em que os envolvidos no esquema moveram contra Requião que já havia denunciado o esquema anteriormente.Ao assumir o Governo do Estado em 2003, Requião descobriu que o irmão do prefeito Beto Richa – diretor financeiro da Secretaria de Transporte até 2002 - havia pagado R$ 10 milhões ao empresário Darci Fanti por uma obra que já estava paga há muito tempo: a terraplenagem da estrada de Curitiba a Garuva – feita no primeiro mandato de Requião (1993-1996).Requião determinou então e a Procuradoria Geral do Estado moveu uma ação contra Fanti que teve seus bens bloqueados. O empreiteiro procurou o governador e relatou que não tinha ficado com dinheiro algum, apenas tinha atendido um pedido de Richa e de Euclides Scalco, pois repassara o dinheiro a Cila Schulmann, da coordenação da campanha de Richa.Depois que o governador tornou público as declarações de Fanti, Cila Schulmann entrou com uma ação civil contra o governador. “Na ação que a procuradoria moveu pediu a quebra dos sigilos e o rastreamento desse dinheiro envolvido na denúncia. O Requião só está sendo processado porque transcreveu na escola de governo declarações feitas pelo Darci Fanti”, disse Romanelli.