Seminário Na Assembléia Discute a Integração Ferroviária do Corredor de Paranaguá

13/12/2005 15h38 | por Roberto José de Souza
Distribuído em 13/12/2005Jornalista: Roberto José da SilvaSEMINÁRIO NA ASSEMBLÉIA DISCUTE A INTEGRAÇÃO FERROVIÁRIA DO CORREDOR DE PARANAGUÁEngenheiro afirma que extensão da Ferroeste até Campo Grande causaria boom na economia do Paraná, custaria o dobro do que a construção de uma estrada, mas a capacidade de transporte e o gasto com combustível seriam dez vezes menores, sem contar o valor da manutenção da ferrovia, que é infinitamente mais baixo O seminário “Integração do Corredor de Paranaguá” foi aberto na manhã desta terça-feira (13) no Plenarinho da Assembléia Legislativa. Durante dois dias, secretários de três estados, políticos e técnicos da área vão apresentar projetos e discutir formas para melhorar o desempenho da malha ferroviária na região, que é fundamental para o fluxo de cargas de exportação e importação pelos portos de Paranaguá e Antonina. O seminário é uma iniciativa do deputado José Maria Ferreira (PMDB). O evento foi aberto pelo deputado Nereu Moura (PMDB), primeiro secretário da Mesa Executiva, que representou o presidente da Assembléia, Hermas Brandão (PSDB). “Este debate é muito importante, pois as sugestões que serão apresentadas aqui, podem ser encampadas pelo Legislativo e servir para melhor a economia do nosso Estado”, afirmou o deputado. É isso que o engenheiro Paulo Augusto Vivacqua, primeiro palestrante do seminário que se encerra às 18h desta quarta-feira (14) vem pregando há anos. Ele é diretor-presidente do Consórcio Corredor Atlântico do Mercosul, vice-presidente para Assuntos Tecnológicos e presidente do Comitê de Transporte e Logística da Academia Nacional de Engenharia. Tem no currículo o projeto e construção da ferrovia de Carajás, a Norte-Sul e a Ferronorte. “O Paraná pode dar um salto enorme na economia e o Porto de Paranaguá está pronto para absorver tudo que pode ser feito na malha ferroviária para que haja este boom”, afirma o especialista. O investimento em transporte ferroviário parou no Brasil desde o fim dos anos 50, quando se instalou a indústria automobilística e o foco se voltou para a construção de estradas, hoje sucateadas. Com isso, do aumento pífio da economia, o Brasil, segundo estudo de Jeffrey Sachs, da Universidade de Harvard, deixa de ganhar 1% do PIB por ano, ou seja, R$ 14 bilhões. “Dinheiro há para se investir. Basta vontade política, principalmente dos Estados, parceria com as empresas privadas e a participação da sociedade, que precisa fazer pressão para mudar este estado absurdo de coisas”, informa Vivacqua. A ligação ferroviária do extremo oeste do Paraná, uma extensão da Ferroeste, até Campo Grande, por exemplo, abriria o canal para escoamento de boa parte da safra de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que, junto com o Paraná, são os maiores produtores de grãos do País. Quanto custaria isso? Cerca de US$ 500 milhões. O custo de uma rodovia seria a metade. “Acontece que, sem contar a diferença do custo de manutenção, que é gigantesco, a capacidade de transporte da ferrovia é de 10 para 1 e o custo do combustível tem a mesma proporção”, informa o engenheiro Paulo Augusto Vivacqua. Hoje a soja é transportada por rodovia em percursos de até 3 mil quilômetros. Um estudo de Olavo de Souza, do Conab, revela que, para exportar 80 milhões de toneladas, os produtores brasileiros tiveram um custo adicional de US$ 115 milhões por causa do sistema de transporte. “Isso, sem contar o custo social, pois se tivéssemos uma malha ferroviária moderna, haveria benefício social para todas as regiões e isso, com certeza, estancaria a migração para os grandes centros, razão de tantos problemas”, garante Vivacqua. Nesta quarta-feira o seminário prossegue às 9h com o vice-governador e secretário de Agricultura Orlando Pessuti. Ele vai falar sobre “O Potencial do Agribusiness do Paraná”. Pela manhã haverá também as palestras com o secretário de Produção do Mato Grosso do Sul, Dagoberto Nogueira Filho, e com o secretário de Desenvolvimento Rural do Mato Grosso, Clóvis Felício Vettorato. À tarde, a palestra será de Antônio Duarte Nogueira, secretário da Agricultura de São Paulo. Depois, haverá uma reunião geral para discutir a Integração do Corredor de Paranaguá. Será coordenada pelo engenheiro Paulo Augusto Vivacqua e terá a participação de 33 representantes de órgãos interessados, inclusive do Ministério da Agricultura.

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