A bancada de oposição havia encaminhado um pedido de informações diretamente à Casa Civil. As informações chegaram à liderança da Oposição de maneira incompleta, sem detalhar os órgãos e departamentos, e, principalmente, os servidores que utilizam deste benefício. O deputado Traiano se mostrou preocupado com a falta de transparência dos atos do Governo em relação à adoção de cartão corporativo. “As despesas são cobertas por uma cortina de fumaça. É um meio que encontraram para burlar a legislação, já que não é necessária licitação. Pelas informações do site (gestão do dinheiro público) não há necessidade de comprovação desses gastos, pois os nomes dos fornecedores não são divulgados. Que transparência é essa?”, questionou. O parlamentar destacou ainda alguns gastos publicados no site, entre eles um no valor de R$ 120 mil reais para pagamentos de despesas numa pousada no mês de janeiro deste ano. “Só em janeiro foram gastos mais de R$ 500 mil pela Casa Civil e Governadoria. Em uma pousada foi pago mais de R$ 120 mil sem explicar onde. Pelo valor esteve presente todo o secretariado”, disse Traiano. A denúncia de Traiano revoltou os deputados de Oposição. O deputado Plauto Guimarães (DEM) também condenou a utilização deste recurso e lembrou que o governo prega a transparência em sua gestão. “O site anuncia tanto a moralidade e não é isso que estamos vendo. Foi um belo de um reveillon que tiveram com essas despesas. Com certeza foi regado por um champagne francês. Queremos as notas fiscais para a comprovação desses gastos”, falou Guimarães.O líder do PPS, deputado Marcelo Rangel, argumentou que neste governo “está tudo errado e que o nome da pousada deve ser “Puebla” (em referência à Carta de Puebla que o governo Requião diz ter adotado). O deputado Luiz Carlos Martins (PDT), lembrou que “é esse o trabalho da Oposição. Somos sempre cobrados e não podemos nos calar. É uma curiosidade muito grande que temos sobre esse assunto. Temos a necessidade de saber como funciona o cartão corporativo. São vários os questionamentos que precisam ser respondidos e explicados à população paranaense” concluiu Martins. Respostas incompletas Um pedido de informações apresentado pela bancada da Oposição foi rejeitado em 29 de maio. Os deputados queriam explicações sobre a utilização dos cartões corporativos pelo governo do Estado e encaminharam diretamente à Casa Civil dia 21 de Junho. A resposta chegou ao gabinete da Liderança da Oposição incompleta. Não foi informado, conforme pedido, quais servidores utilizaram o cartão corporativo, quais foram os valores reembolsados e quais as respectivas despesas.