O líder do PSDB na Casa questiona o que teria levado Botto a se desencantar com o poder “a que serviu dócil e submisso”; o que teria, de fato, levado “enfim a se libertar da triste sina de servir o autoritarismo e a prepotência palaciana”, num governo onde, segundo o próprio Botto, “só existem ladrões”. “É bom ver todos os ângulos desta questão, é imperioso analisar a quem serviu este rábula”, disse Traiano. Para o deputado, ao tentar ofendê-lo, Sérgio Botto só demonstrou que ainda não conseguiu se libertar da influência que o tiranizava. “Ao tachar-me de Traiano de tal, não foi a mim que ofendeu, mas a si próprio por extravasar rancor e mágoa pessoal e com isso demonstrar, mais uma vez, que nem mesmo quando tenta pela segunda renúncia se libertar da veia autoritária, não foi desta vez que conseguiu ter a postura digna e ereta que todos esperavam”. O deputado recordou que Botto, que agora acusa a tudo e a todos, foi apanhado numa situação esquiva que ainda carece de explicações convincentes. “O ex-serviçal se viu envolvido em atos que tipificam patrocínio infiel pela tentativa de obter comissões, como disse outro integrante da entourage palaciana”.Para Traiano, o episódio todo não fica encerrado com a mera demissão. “A herança catastrófica que o Paraná terá que suportar pelas aventuras jurídicas do Chaves Paranaense e seus asseclas tipo fiel escudeiro Botto de Lacerda, não podem mais ter continuidade sob o risco de comprometimento do futuro deste Estado. Renúncia e simples afastamento palaciano não deve ser salvo-conduto aos que se serviram do poder pela mera discordância do valor de repartição de comissões e benesses”. Traiano desconfia que Botto pode cair novamente no canto de sereia do governador, como já fez uma vez, depois da primeira renúncia. “Rogo para o bem e a biografia do Sr. Botto que resista à sedução do poder e mais uma vez, não volte a servir com a mesma subserviência e rabugice os autoritários e despóticos de plantão”. Para encerrar, o deputado tucano desafiou Botto a enfrentá-lo em qualquer instância que o ex-procurador escolher. “Lanço, pois, o desafio a Botto de Lacerda de que abrirei mão da minha imunidade parlamentar para discutir com ele e com este governo, aqui e se necessário na Justiça e na Ordem dos Advogados, ou em qualquer fórum ou instância que foi delituosa e eticamente reprovável a sua conduta como membro do governo”, finalizou.