Vacina contra novo coronavírus só estará disponível em 2021, diz diretora da OMS Mariângela Batista Galvão Simão participou da reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná e descartou a possibilidade de vacinação em massa no próximo ano.

12/08/2020 16h34 | por Thiago Alonso
Mariângela Batista Galvão Simão, vice-diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), participou da reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná.

Mariângela Batista Galvão Simão, vice-diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), participou da reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná.Créditos: Reprodução

Mariângela Batista Galvão Simão, vice-diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), participou da reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná.

A produção de vacina contra a Covid-19, a situação dos profissionais de enfermagem e a situação de presídios e carceragens durante a pandemia foram os temas da reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia.Créditos: Assessoria parlamentar

A produção de vacina contra a Covid-19, a situação dos profissionais de enfermagem e a situação de presídios e carceragens durante a pandemia foram os temas da reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia.

Os estudos para uma vacina contra o novo coronavírus estão avançados em vários laboratórios do mundo, mas a vice-diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Batista Galvão Simão, pede um “otimismo cauteloso”. A médica paranaense participou nesta quarta-feira (12) da reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná. Falando direto de Genebra, na Suíça, Mariângela afirma que uma vacina para a população contra o vírus só estará disponível em meados de 2021.

A especialista, responsável pela área de Acesso a Medicamentos, Vacinas e produtos Farmacêuticos da OMS, explica que uma série de protocolos são necessários para que as pessoas comecem a ser vacinadas. Mesmo assim, em um primeiro momento, não haverá uma vacinação em massa. “Colocar uma vacina no mercado não quer dizer que ela estará disponível para todos. Ela precisa passar por autorização das agências dos países”, diz. No Brasil, a aprovação é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Mariângela explica que a OMS trabalha com a expectativa de produção de pelos menos dois bilhões de doses de vacinas ainda este ano. Segundo ela, quatro estudos no mundo estão avançados, na chamada fase 3, quando a testagem de eficácia é realizada com um grande número de pessoas, observando segurança e efetividade. Atualmente, cerca de 160 vacinas estão em estudo em todo o planeta, em diferentes fases. Enquanto os estudos avançam, a médica diz que a OMS não prevê uma vacinação em massa tão cedo.

Ela explica que o órgão visa garantir que todos os países tenham acesso à vacina, quando esta estiver disponível. “Nosso desafio é assegurar isso. Trabalhamos para que pelos menos 20% da população de cada país tenha acesso”, diz. Quando isto ocorrer, explica, as doses deverão ser destinadas primeiramente às fatias da população que correm mais riscos: profissionais de saúde, pessoas com idade acima de 65 anos ou com comorbidades. “Ainda assim, no ano que vem não teremos vacinas para todos os que precisam ser vacinados”, ela alerta.

Antes da vacinação começar a ocorrer, no entanto, há longo caminho a ser percorrido, que consiste em comprovar cientificamente a eficácia dos medicamentos em estudo. Por isso, as testagens passam por diversas fases antes da aprovação. É a situação da vacina anunciada pela Rússia. Segundo Mariângela, a OMS ainda não tem dados para saber em qual fase e qual eficiência. “Estamos em contato com o governo russo para obter informações sobre a eficácia e segurança”, revela.

A diretora da Organização Mundial de Saúde diz ainda que, enquanto não houver um medicamento que garanta uma imunidade massiva, será necessário um alerta global para o controle da pandemia. “Enquanto não houver controle em todos os países, ninguém vai estar seguro”, frisa. Atualmente, já foram confirmados mais de 20,2 milhões de casos em todo o mundo. Metade está nas Américas. Desses, mais de 3,1 milhões são no Brasil, com 103 mil mortes. O Paraná registra 95 mil casos, com quase 2500 mortes.

A médica, que está diretamente envolvida no processo global de busca por medicamentos, diz ainda que enquanto não for encontrada uma vacina eficaz e segura contra o novo coronavírus, as medidas tradicionais para controlar a epidemia devem continuar. “Até lá, as pessoas devem continuar com o isolamento social, evitando aglomerações e usando máscaras, além de praticar a higienização constante das mãos”, orienta. E encerra: “Ninguém está seguro se todos não estiverem seguros”.

De acordo com o deputado Michele Caputo (PSDB), coordenador da Frente Parlamentar, a presença da OMS na reunião mostra que a Assembleia está promovendo debates sobre as mais diversas áreas afetadas pela pandemia. “Estamos fazendo a nossa parte, discutindo temas importantes, elaborando propostas ao governo e trazendo especialistas para ajudar o Paraná neste enfrentamento. O que queremos é preservar vidas e superar esta crise o quanto antes”, diz.

Além dele, também estiveram presentes na reunião remota os deputados Arilson Chiorato (PT), Soldado Fruet (PROS), Maria Victória (PP), Nelson Luersen (PDT) e Alexandre Amaro (REPUBLICANOS).

Outros temas – A participação da vice-diretora geral da OMS não foi a única pauta da reunião da Frente nesta quarta-feira. A questão do Covid-19 no sistema prisional e a situação dos profissionais de enfermagem no Paraná também foram abordados.

A diretora do Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR), Simone Peruzzo, relatou as dificuldades sofridas pelos profissionais da área durante a pandemia. “Temos o número suficiente de profissionais, não temos condições de trabalho”, afirma. Já a superintendente do Hospital das Clínicas do Paraná, Claudete Reggiani, informou que o HC já está aplicando uma vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã para testar a eficácia.

Isabel Kruger Mendes, presidente do Conselho da Comunidade de Curitiba, responsável pela fiscalização dos presídios da comarca da capital paranaense, relatou a situação de presídios e carceragens durante a pandemia. Segundo ela, o Paraná tem cerca de 50 mil presos, ocupando 22 mil vagas. A situação de confinamento, diz, agrava o problema. O Conselho estima que cerca de 500 presos contraíram o novo coronavírus no Paraná.  

 

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