A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná, presidida pelo deputado Hussein Bakri (PSD), promoverá audiência pública nesta quarta-feira (10), a partir das 8h30, no Plenarinho do Legislativo estadual, quando serão apresentados a público os resultados da pesquisa nacional sobre “O Ambiente Educacional no Brasil: as experiências de estudantes LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais)”, liderada em conjunto pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, e pelo Grupo Dignidade, com apoio da Universidade Federal do Paraná.
Entre as autoridades que devem participar da audiência estão a promotora de Justiça Hirmínia Dorigan de Matos Diniz, do Centro de Apoio Operacional da Criança, do Adolescente e da Educação, do Ministério Público estadual; Marcos Wagner Alves Teixeira, membro do grupo de trabalho Identidade de Gênero e Cidadania LGBTI, da Defensoria Pública da União; Rafael Kirchoff, presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná; Patrícia Laudry Mollo, coordenadora-geral de Direitos Humanos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, do Ministério da Educação; Fabiana Cristina Campos, superintendente da Educação da Secretaria de Estado da Educação do Paraná; Jacir Venturi, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná; Maria Amélia Sabbag Zainko, pró-reitora de Graduação da Universidade Federal do Paraná; e Hermes Silva Leão, presidente da APP-Sindicato.
A pesquisa – A pesquisa, segundo seus organizadores, foi respondida via internet por 1016 estudantes LGBT, de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal (com exceção do Tocantins), com idade entre 13 e 21 anos, entre dezembro de 2015 e março de 2016, e diz respeito às suas experiências nos ambientes educacionais no ano de 2015. Ela foi realizada concomitantemente em outros cinco países da América Latina – Uruguai, Argentina, Chile, Peru e Colômbia – e ainda será realizada no México, permitindo um retrato regional da situação dos adolescentes e jovens no ambiente educacional. A mesma pesquisa vem sendo realizada nos Estados Unidos, há 25 anos.
A análise dos dados coletados na pesquisa foi concluída recentemente, e os principais resultados apontam que 60% dos estudantes se sentiram inseguros na escola no último ano, por serem LGBT; que 73% foram agredidos verbalmente no mesmo período e pelo mesmo motivo; enquanto outros 36% foram agredidos fisicamente. Também 36% dos estudantes relataram que consideram ineficaz a resposta dada pelos profissionais para impedir as agressões; e 39% dos entrevistados afirmaram que nenhum membro da família foi procurado por alguém da equipe de profissionais da escola quando o estudante sofreu a agressão ou violência no ambiente escolar.