Webinário reúne especialistas para discutir enfrentamento da pedofilia Painel de discussões promovido pela Assembleia Legislativa debate formas de se combater violência contra crianças e adolescentes

18/05/2021 20h10 | por Thiago Alonso
Deputado Gilson de Souza (PSC) promoveu o webinário “Todos Contra a Pedofilia – Informação e Enfrentamento”.

Deputado Gilson de Souza (PSC) promoveu o webinário “Todos Contra a Pedofilia – Informação e Enfrentamento”.Créditos: Dálie Felberg/Alep

Deputado Gilson de Souza (PSC) promoveu o webinário “Todos Contra a Pedofilia – Informação e Enfrentamento”.

A Assembleia Legislativa do Paraná transmitiu nesta terça-feira (18), pela TV Assembleia e redes sociais do Legislativo, o webinário “Todos Contra a Pedofilia – Informação e Enfrentamento”. Com a participação de especialistas, o evento debateu ações sobre como a sociedade e o Poder Público podem combater a violência que tem vitimado crianças e adolescentes. O encontro, que foi realizado de forma totalmente on-line, é uma iniciativa do segundo secretário da Assembleia, deputado estadual Gilson de Souza (PSC), líder da Frente Parlamentar Em Defesa da Vida e da Família da Assembleia.

O parlamentar é um dos autores da Lei 17.637/13, que estabeleceu oficialmente a campanha “Todos Contra a Pedofilia” no Paraná. Desde 2013, a Assembleia Legislativa tem realizado palestras, fóruns e seminários de capacitação como forma de debater ações e combater a pedofilia. Da mesma forma, vários municípios e setores da sociedade civil organizada também aderiram a essa mobilização. “Essa é uma mobilização que busca trazer informação para toda a sociedade. Queremos que as famílias saibam como proteger os seus filhos e também a quem recorrer em situações de casos suspeitos ou confirmados de pedofilia”, explicou o deputado.

O seminário contou com a participação da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves; damestre em educação e doutora em tecnologia e sociedade, Cineiva Campoli Tono, representando a Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho (SEJUF); e da promotora de Justiça, Tarcila Santos Teixeira, especialista em Proteção Integral a Crianças e Adolescentes, representando o Ministério Público Estadual (MPPR).

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que há um crescimento da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Ela salientou a importância de divulgação de um instrumento de denúncias de violação de direitos: o Disque 100. “Ajude-nos a divulgar este canal poderoso, que recebe as denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. As denúncias estão chegando para nós por meio dos aplicativos de mensagens com imagens, com áudios, com vídeos. Isso nos ajuda muito inclusive na antecipação de provas. Também auxilia para que seja buscada uma medida protetiva para esta criança, para este adolescente”, disse Damares.

Segundo a ministra, o canal recebe cerca de 10 mil ligações por dia. No ano de 2020, de acordo com ela, a partir das ligações recebidas, o Ministério gerou 95 mil processos com denúncias de violência contra crianças e adolescentes. “Sabemos que em 2020 esse número foi subnotificado, porque nós estamos em plena pandemia e quem mais denuncia violência contra criança e adolescente no Brasil é a escola, é o professor. Então mesmo sem a participação da escola, a gente gerou mais de 95 mil processos de denúncia de violação”, informou.

Tarcila Santos Teixeira, promotora da Vara de Infrações Penais Contra Crianças, Adolescentes e Idosos do Ministério Público Estadual (MP-PR), lembrou que a pedofilia é uma fatia de todo o panorama de violência contra criança e adolescente que ocorre no País. “Infelizmente a violência tem crescido muito. O fato é que hoje as notificações de violência contra crianças e adolescentes trazem informações bastante alarmantes no âmbito de toda a forma de violação, em especial, as violências de cunho sexual. Hoje, a violência de natureza sexual é preponderante na área de violações contra crianças e adolescentes”, alertou.

A promotora reforçou que o enfrentamento para o problema passa por promover a proteção e orientação de crianças e adolescentes. “Temos de proteger orientando, proteger fortalecendo essas crianças, para que elas tenham coragem de chegar para os seus pais, para os seus professores, para parentes e amigos e contar que estão numa situação minimamente duvidosa. Que elas suspeitam que a algo possa estar errado com ela”, comentou. 

Cineiva Campoli Paulino Tono, assessora Técnica do Departamento de Justiça (SEJUF), chamou a atenção para os benefícios e riscos da tecnologia de informação e comunicação. Ela lembrou que a tecnologia pode se tornar problemática quando crianças e adolescentes a utilizam sem os cuidados de adultos. “Isso abre espaço para o aliciamento on-line de crianças e adolescentes. Pedófilos criminosos acessam as nossas crianças a partir de salas de bate-papo, de jogos eletrônicos, se passando por outra criança, a fim de se aproximar de um menor de idade, ganhar sua confiança e criar uma conexão emocional para conseguir se aproveitar sexualmente dela”, alertou.

Ela reforçou que quando menores não têm a presença da pedagogia do olhar, do cuidado, do afeto dos cuidadores, dos pais, dos avós, dos tios, pessoas mal-intencionadas podem acessar as crianças com mais facilidade. “Por outro lado, a sociedade banaliza e muita das vezes valoriza a erotização precoce. O que fazer para evitar o aliciamento on-line, então? Nós precisamos olhar com cuidado a criança. A pedagogia da presença e o tempo de qualidade com essa criança precisam ser permanentes”, disse.

Para o deputado Gilson de Souza, o evento atingiu o objetivo. “Não foi possível realizar o seminário presencial, que sempre promovemos todos os anos, mas conseguimos reunir autoridades com vasto conhecimento nesta luta contra a pedofilia, pessoas que se dispuseram a participar desse Webinário, compartilhando muita informação, conhecimento precioso para que toda a sociedade paranaense também se mobilize, diariamente, contra essa violência que tem vitimado muitas crianças e adolescentes”, frisou.

O parlamentar também destacou um ponto em comum, muito abordado pelos palestrantes, que sinalizaram em suas falas a importância da prevenção e os perigos da internet. “A facilidade que crianças e adolescentes têm para utilizar a internet é uma “porta escancarada”, é um acesso livre que os pedófilos têm para aliciar meninas e meninos. Esses criminosos têm encontrado um terreno fértil para explorar e cometer essa violência que muitas vezes tem início no mundo virtual e, infelizmente, acaba chegando ao mundo real e a violência física. Nós temos também que trabalhar a prevenção”, destacou Gilson.

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