Para Editoria de PolíticaDistribuído em 20/09/07Jornalista: Flávia PrazeresA Assembléia Legislativa realizou nesta quinta-feira (20) o I Encontro das Primeiras-Damas dos Municípios do Estado do Paraná, reunindo mulheres de todo o território paranaense e até mesmo de outros estados brasileiros para debaterem sobre a questão do câncer de mama no Brasil e medidas saneadoras para diminuir a mortalidade.Logo ao início da sessão o presidente da Assembléia, Nelson Justus (DEM), cumprimentou a todas e disse estar honrado com a realização do evento no legislativo paranaense e a participação maciça das primeiras damas e de mulheres de todo o Paraná.Na seqüência, a deputada Cida Borghetti (PP), propositora da Lei nº 14.854 que instituiu 27 de novembro como o “Dia da Luta Contra o Câncer de Mama” no Paraná, falou sobre a importância da implantação de políticas públicas para a diminuição do número de casos, assim como medidas preventivas.“Os números da Secretaria da Saúde não deixam dúvidas, pois no ano de 2004 foram registradas 565 mortes por câncer de mama, em 2005 o número foi ainda maior com 613 e em 2006 os números levantados até agora chegam a 612 mulheres”, afirmou a deputada.Ela alertou ainda para a necessidade de um trabalho preventivo nos postos de saúde, pois segundo as estatísticas apenas 5% das doentes são atendidas nos hospitais. “É preciso difundir a informação para que todas as mulheres cresçam com a consciência da importância da prevenção do câncer de mama”, acrescentou.A deputada Rosane Ferreira (PV) também discursou na tribuna sobre a importância das mulheres fazerem a prevenção e a tomada de ações com o objetivo de diminuir a morte em virtude do câncer de mama.TOLERÂNCIA ZERO - A presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – FEMAMA, Maira Caleffi, entidade fundada no dia 22 de setembro de 2006, disse que para o combate contra a mortalidade das mulheres com câncer de mama serão criados em todo o território brasileiro os denominados Comitês de Tolerância Zero, que terão como função primordial a erradicação da fatalidade da doença, assim como a mobilização e a articulação da sociedade civil organizada.“No Paraná temos registrados anualmente 1000 mortes de mulheres vítimas do câncer de mama e no Brasil são de 10 a 15 mil casos. Além disso, temos um levantamento dos casos de reincidência e as razões que levam algumas mulheres a estarem mais propensas”, salienta.Caleffi explicou que antigamente a doença estava atrelada a ocorrências na família e que isso de certa forma tranqüilizava as mulheres sem histórico, contudo ela ressaltou que há outros inúmeros fatores, tais como a obesidade e o sedentarismo.Ela também falou sobre os problemas encontrados no tratamento da doença, pois em muitos casos o câncer é identificado, mas não é tratado no prazo de trinta dias depois da primeira consulta. Além disso, ela destacou a falta de mamógrafos no País e a necessidade de haver mais qualidade na realização da mamografia e da ecografia.“Temos que mobilizar a população na luta contra o câncer, pois a cada ano um milhão de novos casos são registrados no País. Aliás, um quinto dos casos de do câncer nas mulheres ocorrem na mama”, conclui.AUTO-EXAME – Durante o encontro houve performances indianas e apresentações humorísticas, com a encenação do auto-exame. Mulheres que foram vítimas da doença e hoje são exemplos de superação do câncer de mama ingressaram no plenário e comoveram aos presentes com a história de vida delas e o sucesso na luta contra o câncer. A cerimônia se estendeu por toda tarde com a realização de duas palestras. A primeira apresentada por Luiz Antonio Negrão, médico do hospital Erasto Gaertner, cujo tema era “Magnitude do Problema Câncer”. A segunda ministrada pelo médico diretor técnico do Instituto Paranaense de Oncologia, José Clemente Linhares, sobre “Novas Fronteiras no Combate ao Câncer de Mama”.