CPI da JMK ouve sócios contratuais da empresa que geria a manutenção da frota de veículos do Estado

01/10/2019 15h04 | por Diretoria de Comunicação
Deputados que integram a CPI da JMK realizaram a 19ª reunião nesta terça-feira (1º).

Deputados que integram a CPI da JMK realizaram a 19ª reunião nesta terça-feira (1º).Créditos: Dálie Felberg/Alep

Deputados que integram a CPI da JMK realizaram a 19ª reunião nesta terça-feira (1º).

Os deputados que integram a CPI que investiga possíveis irregularidades no contrato de gestão da frota do Governo do Estado ouviram, nesta terça-feira (1º), Marcos Luiz Robert Zanotto que figurou como sócio majoritário da empresa JMK desde o final de 2015 e Alessandro Renaux Marchini, que também figurou como sócio da empresa e é filho de Aldo Marchini Júnior, apontado como real proprietário da empresa que prestava serviços ao Estado.

Durante o depoimento, Alessandro Marchini, que apesar de ter uma liminar para permanecer em silêncio respondeu a todos os questionamentos feitos pelos deputados, reconheceu que, entre todos os funcionários da empresa, era sabido que o proprietário da JMK era, de fato, Aldo Marchini Júnior. Relatou que o pai não figurava como sócio no papel em razão de problemas passados que precisavam ser resolvidos e que impediam de assumir a sociedade. “Ele nunca escondeu isso. Todos que lá trabalhavam sabiam disto. Ele resolveu as questões do passado e ingressou agora no papel (como sócio)”.

Alessandro, que não mais trabalha na empresa, que disse cuidava da parte operacional da JMK no período que lá trabalhou, relatou ter conhecimento de que dos R$ 196 milhões do contrato pago pelo Estado, “metade foi recebido em atraso”, o que atrapalhou o fluxo de caixa da empresa e, principalmente, das oficinas que em razão do não repasse a eles, “não conseguiam comprar as peças para fazer o serviço”. Alegou também que a “investigação – Operação Peça Chave – é fraca, malconduzida e que nada foi provado”.

“O sistema é bom e efetivo, mas é uma engrenagem” disse Alessandro sobre o sistema implantado pela empresa para gerir a manutenção da frota do Estado, mas segundo ele “o lubrificante eram os pagamentos. Quando eles cessavam as oficinas paravam. Ninguém trabalha sem dinheiro. Não funcionou por causa dos sucessivos atrasos do Governo”.

Questionado pelo deputado Michele Caputo (PSDB) se em algum momento agentes públicos exigiram o pagamento de propina para liberar pagamentos à empresa, Alessandro disse que não e que a empresa aguarda as demandas judiciais contra o Governo para poder quitar os débitos com as oficinas.

O segundo depoente, Marcos Luiz Robert Zanotto, que chegou a ter 99% das ações da empresa, disse que era funcionário da JMK quando foi convidado por Jairo para assumir a empresa no papel e que não pagou nada pela participação na empresa. “Na época ele disse que não poderia aparecer (no quadro societário) por problemas no CPF” e que, em razão disto, teve um aumento considerável no salário que recebia. A função dentro da empresa, como relatou Zanotto, era a de contas a receber. “Recebia as ordens de serviço, verificava se estava tudo ok e emitia a nota fiscal”.

Por fim, Zanotto disse que, mesmo figurando como sócio majoritário, “não participava das reuniões com o DETO e gestores do contrato” e que não tinha acesso aos pagamentos das oficinas.

O terceiro depoente intimado pela Comissão, Guilherme Votroba Borges, não compareceu, justificando problemas de saúde na família. A reconvocação de Guilherme foi marcada para a próxima reunião da CPI, que será realizada no dia 8 de outubro.

Para o deputado Luiz Fernando Guerra (PSL), membro da Comissão, os depoimentos foram satisfatórios, ainda mais por ser de pessoas que configuraram como sócios da empresa. “A gente sabe que eles estavam apenas fazendo papel de sócio oculto da empresa, eles estão em nome de outras pessoas. Deu para ouvir bastante a respeito dessa empresa e estamos aqui para desvendar esse caso e ter uma resposta acerca disto. Afinal de contas, foi investigado pela Polícia Civil um desvio de, aproximadamente, R$ 120 milhões e, nós deputados, temos a obrigação esclarecer isso tudo”, disse.

Para o relator dos trabalhos, deputado Delegado Jacovós (PL), além dos depoimentos é importante a análise dos documentos recebidos pela CPI, principalmente para confrontar as versões apresentadas. Segundo ele, com essa análise foi possível verificar diferenças nas versões apresentadas e, em breve, uma pessoa será convocada novamente para prestar novos esclarecimentos. “À medida que vamos recebendo esses documentos e analisando percebemos que existe favorecimentos à essa empresa. Falo claramente. Vamos reconvocar nos próximos dias uma pessoa que terá que dar explicações de fatos graves que estamos apurando. São fatos gravíssimos, até objeto de uma sindicância pela SEAP, e a pessoa já foi ouvida pela CPI e terá que ser ouvida novamente para se explicar, pois tenho convicção de que mentiu”, afirmou.

Para o presidente da CPI, deputado Soldado Fruet (PROS), não é nenhuma surpresa os dois depoentes assumirem que, de fato, o proprietário da JMK era Aldo Marchini. Segundo ele, as oitivas desta terça-feira comprovaram isso e que é muito estranho os agentes públicos não terem esse conhecimento. “O filho do proprietário (Alessandro) quis demonstrar a todo momento que a empresa não era errada e que a culpa dos atrasos era por causa que o Estado não repassava”, disse. “Já o Zanotto declarou que foi colocado como sócio pelo cunhado, Jairo, mas que não participava de nenhuma reunião. De fato, os representantes do Governo sabiam quem eram os proprietários e os laranjas”, concluiu.

Também participaram da reunião da CPI os deputados Paulo Litro (PSDB), Delegado Recalcatti (PSD), Alexandre Amaro (Republicanos) e Emerson Bacil (PSL).

Agenda

TRAMITAÇÃO DE PROJETOS

LEIS ESTADUAIS

PROJETOS PARA JOVENS

  • Visita Guiada
  • Geração Atitude
  • Parlamento Universitário
  • Escola do Legislativo
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná © 2019 | Desenvolvido pela Diretoria de Comunicação