A 3ª Caminhada do Meio-Dia contra o Feminicídio reuniu, nesta terça-feira (22), milhares de pessoas nas ruas de Curitiba e em outros 180 municípios paranaenses. A mobilização, organizada pela Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), marca o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, instituído por lei aprovada na Assembleia Legislativa do Paraná em memória da advogada Tatiane Spitzner, assassinada em 2018, em Guarapuava.
Em Curitiba, além de representantes da sociedade civil, entidades e instituições públicas, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Alexandre Curi (PSD), também participou da mobilização. Ele ressaltou o compromisso do Legislativo com políticas de proteção às mulheres, citando ações como o Programa Recomeço e a criação de mais de 200 Procuradorias da Mulher nos municípios. “Essa é uma causa que exige ação contínua do poder público e da sociedade”, afirmou.
O ato teve início na Praça Santos Andrade e seguiu pela Rua XV de Novembro até a Boca Maldita, com forte participação popular e de autoridades. A secretária Leandre Dal Ponte destacou que o horário da caminhada, ao meio-dia, é simbólico por representar um momento de cuidado e presença das mulheres em suas rotinas, reforçando que elas não estão sozinhas. “A sociedade precisa caminhar junto no enfrentamento à violência”, afirmou.
Interior
A Assembleia Legislativa do Paraná esteve representada em diversas cidades, com destaque para a presença de deputadas engajadas na causa. Em Guarapuava, cidade marcada pela tragédia que originou a data, a deputada Cristina Silvestri (PP), autora da lei que instituiu o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, caminhou ao lado da população. Para ela, o crescimento da mobilização mostra o fortalecimento do debate. “Hoje voltamos às ruas em memória de todas as mulheres que tiveram suas trajetórias brutalmente interrompidas pelo feminicídio. O dia 22 de julho marca a perda da advogada Tatiane Spitzner, em Guarapuava, vítima de um relacionamento abusivo que chocou o país. Esta data foi instituída por uma lei de minha autoria, mas sabemos que a mudança não acontece se ficar só no papel. É fundamental que todos e todas sejamos parte desta luta. Fico comovida ao perceber que, a cada edição, mais municípios aderem à campanha, promovendo ações concretas, como a Caminhada do Meio-Dia”, disse Cristina.
Em Ponta Grossa, a líder da Bancada Feminina, deputada Mabel Canto (PP), participou do ato e do plantio de seis árvores em homenagem às vítimas do último ano. “Não podemos normalizar o medo. Precisamos de justiça, prevenção e respeito. O enfrentamento ao feminicídio é urgente e deve ser prioridade de toda a sociedade”, declarou.
A deputada Luciana Rafagnin (PT) participou da mobilização em Francisco Beltrão, reforçando o envolvimento do sudoeste na luta. “O dia 22 de julho é uma data que nos obriga a lembrar: enquanto houver silêncio diante da violência, seguiremos perdendo mulheres. Instituído no Paraná como Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, este dia não é de luto apenas, é de mobilização, memória e luta. Cada nome, cada história interrompida exige respostas do Estado, educação em gênero, proteção real e justiça. Não vamos desistir até que nenhuma mulher mais seja morta por ser mulher”, destacou Luciana.
Já em Pinhais, a deputada Marli Paulino (SD) compartilhou mensagens de esperança e proteção. “Nosso compromisso com a vida das mulheres é constante, diário, e a Caminhada do Meio-Dia é mais uma dessas ações importantes para chamarmos a atenção de todos contra a violência de gênero. Precisamos estar vigilantes, de coração aberto, promover e investir na cultura da paz, do afeto, da igualdade, para pormos um fim nestas trágicas estatísticas. Nossas meninas, mulheres, profissionais, expoentes da nossa sociedade, não podem mais ser transformadas em tristes dados. Chega”, desabafou. “Atuamos e lutamos diariamente pelo fim de todos os atos de violência, doméstica, física, psicológica contra nossas meninas, mulheres, profissionais e expoentes da nossa sociedade. Viva a vida de todas as mulheres paranaenses!”, complementou.
A mobilização estadual teve crescimento expressivo em relação aos anos anteriores. Em 2023, foram 74 municípios participantes; em 2024, 103; e nesta edição, 180 cidades participaram. Entidades como OAB-PR e TJ-PR foram parceiras na iniciativa.
Como denunciar
Qualquer pessoa pode denunciar casos de violência doméstica. Em situações de emergência ou flagrante, deve-se acionar a Polícia Militar pelo número 190. Também é possível registrar denúncias pelo Disque 181 (www.181.pr.gov.br) ou pelo Disque 180, canal do governo federal que também atende via WhatsApp: (61) 99610-0180.
3ª CAMINHADA DO MEIO-DIA CONTRA O FEMINICÍDIO - 22072025
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