Em seu pronunciamento na Assembleia Legislativa do Paraná, nesta segunda-feira (3), o deputado Reichembach (PSD) defendeu a continuidade da criação de tilápia no país. Isso porque, recentemente, o Ministério do Meio Ambiente informou que a Conabio (Comissão Nacional da Biodiversidade) está com um estudo em andamento que classifica a tilápia como uma espécie invasora. A nova Lista Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, divulgada pela Conabio, inclui a tilápia, possibilidade que pode afetar negócios e a produção de proteína animal em todo o país.
A notícia foi recebida com preocupação por piscicultores e associações de criadores de peixes de todo o Brasil, sobretudo do Paraná, que é o maior produtor de carne de tilápia do país, com 250 mil toneladas produzidas em 2024. “A tilápia não é um peixe invasor, está há muitos anos no Brasil, por isso o assunto gera apreensão, pois pode impactar futuros investimentos, além de ser uma atividade que gera milhares de empregos, movimenta economias locais e contribui expressivamente para a segurança alimentar de milhões de brasileiros”, disse o parlamentar.
“É um equívoco do Governo Federal e tenho certeza de que isso não vai prosperar”, afirmou o secretário de Agricultura do Paraná, Márcio Nunes.
De acordo com o Governo Federal, a eventual inclusão da tilápia na nova lista está sendo amplamente debatida “quanto à prevenção, detecção precoce e resposta rápida em caso de novas invasões biológicas”. O assunto deve voltar à pauta na reunião da Conabio agendada para o mês de janeiro do próximo ano. Enquanto isso, a apreensão no setor continua.
Destaque nacional
A tilapicultura é o principal pilar da piscicultura brasileira. A tilápia está presente no Brasil há mais de 50 anos e ajudou a tornar o país o quarto maior produtor mundial. Dados divulgados pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) revelam que o consumo de pescado no Brasil cresceu mais de 53% na última década. A tilápia segue como destaque absoluto, representando 68,36% do total de peixes produzidos.